sábado, 30 de junho de 2007

Destino final


Uma árvore feita de minutos
Passados na espera do sol.
Um relevo na bruma,
Despido,
Sufocado pela solidão.
Espaços vazios a baixa altitude,
Redes de frágeis braços
Que ignoram a minha dor.
O céu cinzento não me amedronta,
É meu companheiro de ilusão...
Abro os braços,
Rodopio no ar húmido das vertentes
Que consagram as lágrimas dos meus olhos...
Estás e num instante separa-nos a terra,
Partes e num instante separa-nos o mar...
Hoje quero-te, mas amanhã estarei separado de ti...
Hoje quero-te, mas amanhã não te poderei tocar...
Agora o coração é árvore despida,
Frágil, indefesa...
Amanhã será lenha para arder
Na caldeira de um comboio
Que ruma ao apeadeiro
Do destino final...

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Gelo de fogo


Palavras quentes em corpo frio serão capazes de produzir qualquer impacto?
A noite continuou gelada entre os lençóis, mas o fogo que me arde no peito causou novos e profundos abismos feitos de nada para muito.
As viagens que fazia à procura de certas coisas perdeu-se definitivamente.
Não foi possível deslumbrar a intimidade dos espaços nos poros, o mel caiu em demasia no mesmo lugar, sem que o pudesses provar...
As palavras das entranhas verteram-se umas por dentro de outras, enquanto me questionava se ia ou não voltar a chover nas margens do rio que compunha a minha solidão.
As notas de música eram ervas daninhas, calculistas, sem receio de me trespassarem com o conformismo do orvalho logo pela manhã, que foi caindo pelos cedros, gelando os meus pensamentos.
A chama da lareira nos teus olhos transfigurava o papel frágil nos meus ombros, demasiado pesadas as letras para as suportar e queimava-me ainda mais depressa.
A insónia aumentou perante o grito silencioso da mente cravada de esperanças abruptas, com mudanças várias de direcção...
Olhei o céu, não lhe entendi as cores...
Estendi as mãos fora da janela e esperei.
O frio da noite e o quente das minhas mãos fizeram-me lembrar as partidas e as chegadas.
Fria a despedida, quente o regresso...
Fria a desilusão, quente a saudade pura...
Frio o derrame de uns olhos entristecidos, quente o sabor da alegria...
E depois certas coisas que não mudam com o tempo, não mudam com a escuridão fria nem a claridade quente.
Há sempre lugar para as coisas ínfimas que nem todos têm sensibilidade para vislumbrar na água imóvel de um poço sem vida.
Incendiar o gelo do príncipio e sentir o arrepio do calor de uma história sem fim, é esse o caminho...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Metallica


Metallica, a minha banda de eleição, de volta a Portugal, desta feita no Super Bock Super Rock.
Para todos aqueles que como eu gostariam de estar presentes e não tiveram oportunidade aqui fica uma das mais arrepiantes actuações de todos os tempos, Metallica com a Orquestra Sinfónica de San Franscisco.

O amor eterno...


A vida, na verdade, não me pertence.
Nunca ficarei tempo suficiente
Para que seja minha de direito.
Não a desejo comprar,
Ao invés prefiro levar uma vida alugada.
Afinal apenas estou cá de passagem...
Para quê gastar energias
Num fútil enorme investimento,
Se isso implica ter que me privar
Das coisas boas da vida?
Não quero uma mansão na praia.
Nem um automóvel topo de gama.
Não ambiciono um avião privado,
Que me leve o corpo
Aos confins da terra...
Para a alma voar
Até ao paraíso
Apenas necessita
Dos elementos mais simples:
A força da saúde...
A luz do sol...
A amizade verdadeira...
A libertação dos sonhos...
O amor eterno...

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Portugueses no topo


Cristiano Ronaldo é o jogador mais mediático do mundo, conclui um estudo universitário em Espanha. O jogador português destronou Ronaldinho Gaúcho e surge ainda à frente de Wayne Rooney ou David Beckham.
No que diz respeito aos treinadores, José Mourinho surge na segunda posição, atrás de Alex Ferguson.
Tais distinções não são surpresa nenhuma, o trabalho árduo a que foi submetido Cristiano Ronaldo ao longo de toda a época e o espírito revolucionário de José Mourinho como podem comprovar nas fotos, são suficientes para garantir um lugar de destaque no panorama futebolístico mundial.

terça-feira, 26 de junho de 2007

A felicidade, num oásis...


Tua metade de coração dourado marca-me os passos, tua metade de coração vermelho é o pôr-do-sol do meu sossego.
Bates dentro do meu peito infinitamente.
O teu habitat é este deserto escaldante e inóspito que transformas em oásis, que só tu vês, que te pertence...
Abraça-me, enrosca-te com as tuas ervas aromáticas no respirar do meu corpo e arde na chama do sol que existe em mim.
Não deixes vestígios de tristeza.
Caminha no meu sangue, desenvolve-te como a lagarta que se transforma em borboleta.
Renasce em mim uma e outra vez, sempre, sempre...
Sorri feliz diante dos meus olhos húmidos de alegria...
Solto as asas de plumagem fina mas resistente, afirmo os pés sobre a terra quente antes de anoitecer, por entre dunas de sentimento indestrutível...
Esta noite adormece e voa comigo nesse sonho...
Amanhã viaja comigo pelas nuvens de algodão que ofereço às estrelas brilhantes como tu.
Hoje é tempo de preparar o próximo passo, o movimento leve, a dor breve...
Amanhã, o hoje será o futuro de sempre...
Uma luz de dois seres para os nossos corações fundidos num só...
Sem ti tudo perde o encanto, nada faz sentido...
Anda vamos dormir e sonhar...
De manhã bem cedo, na janela, ela acordar-nos-á...
A felicidade, num oásis...

Pequena dúvida 8


Se todos os porcos têm quatro pernas, de onde vem o fiambre da perna extra?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Frases no msn


O msn está a ser invadido, no bom sentido, por frases que nos fazem pensar. Algumas podem ser vistas como verdadeiros motes para a batalha diária que é simplesmente viver...
Aqui estão algumas que bailam nas mensagens dos meus contactos:
"Metade dos nossos erros na vida nascem do facto de sentirmos quando deviamos pensar e de persarmos quando deviamos sentir"
"Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que nos oferecem flores"
"As pessoas que amo deixo em liberdade, se a mim elas voltarem a mim pertencem"
"Os olhos já não podem ver coisas que apenas o coração pode entender"
"Na vida, quem perde o telhado ganha as estrelas"
"Que alegria poder comemorar a vida"
"Como melhoram as pessoas depois de começarmos a gostar delas"
"Quando percebemos o valor da vida, damos menos valor ao passado e preocupamo-nos mais em preservar o futuro"
"Pensa que a vida é bonita e a espera nem sempre é vã, para aquele que acredita na surpresa do amanhã"
"Elogios não me elevam, ofensas não me rebaixam, sou o que sou e não o que acham"
"Indaga as palavras a partir das coisas e não as coisas a partir das palavras"
"Amizade verdadeira é aquela que nasce sem motivo"
"Sempre que caíres levanta-te, não fiques à espera que te ajudem a levantar"
"Acreditar em algo e não o viver é desonesto"
"Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha"

Pequena dúvida 7


Se eu beber directamente da garrafa será que fico com os copos?

"Minutes to Midnight"


Linkin Park com o seu mais recente trabalho, "Minutes to Midnight", agora aqui no blogue...

domingo, 24 de junho de 2007

No mundo da lua


Sim, para os mais curiosos é verdade, nos últimos tempos ando no mundo da lua.
É com ela que tenho mantido acesos diálogos, longas horas de conversa, muitas trocas de ideias...
Falo com a lua porque sei que te está a observar, é os meus olhos quando não te vejo...
O meu abraço quando não estou ao pé de ti...
A luz dos meus beijos que te procuram...
Andei perdido nos pensamentos, mas a lua, como os verdadeiros amigos acordou-me com a palma da mão no rosto...
Doeu, lá isso doeu, mas estava a precisar de algo assim...
Apesar do seu lado negro, a lua também me permite sonhar...

Reflexo da lua


A lua que me prende e fascina
Com sua face de escuridão secular
Das suas veias a minha alma se alimenta
E adormece instável sobre o mar...
Amo desta forma que fustiga a alma
E jamais poderá terminar,
Só queria Lua que me desses a calma
Desta solidão suportar...
Ter penas de índio e pérolas e mantos,
Dançar no cosmos sem sofrer
A galope em cavalos brancos
Na direcção oposta de morrer...
Esta noite solitária que termina
Brilhou no céu o fogo de artifício
Para quê escolher qualquer rima
Se a tristeza é o único princípio...
Aqui estou sozinho viajando
Entre a solidão e a amargura
Com uma lágrima pensarei em ti cantando
Onde quer que leves a tua ternura...
Olharei no espelho
E verei apenas minha face,
Tua alma estará no peito a vermelho
Mas não haverá corpo que eu abrace...
Podia mudar tudo num instante...
Mas no silêncio não direi nada...
Simplesmente engolirei em seco constante
O amor solitário que tenho na almofada...
Abro ao meio uma bola de cristal
E lá de dentro o meu esqueleto arrefecido
Uma gelada mão do demónio sentimental
Que me deixa estarrecido...
Lua, dá-me uma flor
Perfumada e arrepiante
Quero trincar pétala por pétala esta dor
Rasgar a carne com diamante...
Nenúfares afundáveis na neblina
Transportam o meu frágil olhar...
Carregar às costas uma sina
Ofuscando o passar do tempo sem te poder amar...

Contra factos...

(clica na imagem para aumentar)

Não há argumentos...

sábado, 23 de junho de 2007

Lado negro da lua


Os cavaleiros negros da lua
Esperavam à porta que eu adormecesse para atacar
Os meus sonhos coloridos.
Agarrei a almofada,
Imaginei os teus braços,
Duas rosas sem espinhos,
Os teus olhos dois lagos de marfim,
Círculos húmidos de terra fértil.
Preciso de ti.
Do teu beijo
Que nunca tive e nem sei se poderei ter.
O tempo nasce,
O tempo morre,
Permanece a dor,
O coração que explode dentro do peito,
Outro tipo de explosivo
Muito mais poderoso e imprevisível.
Fecha-me as pálpebras com os teus dedos,
Devolve-me a casa segura,
A toalha para me sentar à beira-mar
E acreditar que tudo é possível,
Que Deus nunca dorme e está connosco.
Porque quando tu choras
Eu dou-te a mão
E ficas comigo.
Escrevo como alienígena que conhece o passado,
O presente e busca o futuro com outro olhar.
Preciso de ti.
Saciar a esperança.
E se um dia isso for possível,
Sorrir de novo.
Adormecer numa rede ou numa cabana,
Escutar as mágoas de uma estrela
Ou as confidências
De uma estranha brisa marítima.
Finalmente poder te beijar.
Mas primeiro preciso de ti.
Depois, se as lágrimas tristes partirem
Saberei se me é permitido
Dizer que te amo,
Sem receio que não escutes e fiques só
Numa noite de bruma
Em que o lado negro da lua tentará atacar
Para saciar a sua sede.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

O último uivo...


Outras palavras esquecidas
Teriam tido a sua hora,
O seu lugar divino
Mordendo os abismos do desassossego.
Mordo o silêncio sem cor,
Mastigo as lágrimas
Que choro na tua ausência.
Perco-me nos espaços,
Nas clareiras onde sobem os demónios
E descem os anjos
Em busca do meu peito.
Sinto o meu corpo deitado
Sobre os troncos à muito adormecidos,
A cabeça girar em voltadas estrelas...
O metal do machado rasgando o céu.
Minhas mãos ao alto,
O grito que me arrefece a alma,
A estrela cadente
Docemente voando no meu espírito.
A espada da bruma trespassando o meu corpo...
Que a noite chega
E a lua espera
O último uivo...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O corvo


Os meus sonhos ardem num abismo de fogo.
Um a um vão sendo degolados, afogados pelo fumo negro que respiro e maltratados pelas correntes que me apertam o corpo até os ossos estalarem, até o meu corpo gritar no desespero, a dor intensa, desejando um golpe profundo e fatal que dilacere as entranhas e faça o silêncio moribundo pairar sobre mim.
A ave negra conduzirá todas as operações, mas não se oporá a qualquer método de tortura que me destrua e me envie para um espaço complicado, para pensar sequer, por um segundo, em viver.
Sabe tão bem quanto as minhas debilidades e fraquezas, como também sabe o número de traidores irónicos e os seus sarcasmos brutais, animalescos, impossíveis de contrariar em determinados momentos.
Todos eles capazes de nos aniquilar tão facilmente como respirarmos um dia a nossa morte antecipada.
A minha ave negra olha-me nos olhos disfarçadamente, mas quando se apercebe que foi também captada pelo senhor da morte, olha-me fixamente nos últimos instantes, antes que a sombra de sangue se acerque do nosso mundo.
Tem pena de mim mas não chora…
Mantém a sua frieza na plumagem negra.
Não quer tornar-me um fraco cheio de medo do destino cruel que nos espera.
Sou confrontado com uma espada trespassando-me. Num primeiro momento não sinto nada, mas breve esse momento e a loucura explode já dentro de mim.
Centenas de predadores demoníacos amontoam-se pelo melhor terreno, para alcançarem um pedaço de mim que lhes sacie a fome e o ódio.
Ainda assim a ave negra me sorri; diz-me nitidamente o que ainda não me lembrara: “Terão a sua refeição mais amarga, tão drásticos somos. Sofrerão da maior agonia que se possa imaginar”.
Ambos caíramos por terra, mortos.
Talvez mais vivos do que nunca.
A minha alma voa sobre as suas asas bem alto rumo às profundezas da terra…
Nas nossas costas, saídas das árvores, voam à toa milhares de aves dançando o fim do inimigo.
Fica ainda no vento a miragem beijando a destruição, enquanto a ave e eu nos despenhamos no mar, ocultando para sempre o derradeiro anoitecer, nosso cúmplice inevitável.
Sinto-me um fóssil afogado nas águas, os olhos tremidos frente a frente com um tubarão. Por certo serei devorado.
Inexplicavelmente sinto uma força sensorialmente activa e intensa à minha volta…
Vêm-me à memória aqueles dias de desânimo que aquela amiga eterna fez esquecer.
Sei que estás comigo, tal como sempre estiveste…
Não luto sozinho.
Arrasto-me até à areia, com pérolas nos olhos, vestígios de algas no meu rosto e sal no meu cabelo. Observo as mãos molhadas, ergo os braços e viro as palmas das mãos contra o sol…
Deixo a espuma subir-me até aos tornozelos e desfazer-se na minha pele…
Sorrio…
Vejo um mundo diferente…
Vou caminhar com confiança…
Vou fazê-lo por mim, por ti, por ambos…
Depois com o meu sorriso mais alguém sorrirá, e mesmo que eu volte a estar triste sei que haverá sempre alguém atento ao brilho harmonioso entre o mar e a brisa que respirarmos.
Haverá abismos, mas saberei ultrapassá-los, como se entre uma margem e a outra do coração, existisse uma ponte levando-nos rumo aos sonhos do tempo incerto, o futuro…

Aprender

Este poema é muitas vezes atribuído a William Shakespeare como acontece neste video, mas a verdade é que o mesmo não passa de uma versão mais alongada, elaborada por um autor desconhecido, de um poema de Veronica Shoffstall, ao qual foram acrescentadas algumas influências de Paulo Coelho, Vinicius de Moraes, Fernando Pessoa e outros que a fraca memória não me permite citar agora.
Muito se tem falado e discutido sobre o texto, muita polémica tem sido gerada, quando na verdade todos deviamos simplesmente fechar os olhos, ouvir as palavras e aprender...

Sonho vs Realidade


Se eu pudesse viver o sonho ideal, seria este: eu e tu, ambos deitados numa cama, a ouvir a chuva a cair lá fora, abraçados um ao outro para abafar o frio que envolve o quarto onde nos encontramos, sem sono nem rumo, apenas querendo estar assim, permanecer ali, quietos, imóveis como duas estátuas, naquela cama.
Tu com a cabeça no meu peito e eu a pentear o teu cabelo com os meus dedos, suavemente.
No escuro, ali juntos, bem envolvidos na noite ficamos…
Sem saber que dia era, que horas reinavam, e principalmente, sem preocupações de um futuro incerto...
Apenas eramos nós…
Nós os dois...
Duas almas...
Dois corpos...
Dois corações...
Um só respirar...
Se eu pudesse viver o sonho ideal, seria esse, sem dúvida, mas como não posso, nem sei se algum dia puderei, fico pela realidade…
A nua e crua realidade: eu sozinho no meu quarto, pensando em ti…
Enquanto tu estas aí, bem longe desta melodia natural, do meu abraço fiel.
Provavelmente vendo o brilho das minhas palavras, mas sem sentir o calor dos meus sentimentos...
É assim a vida, por vezes injusta, mas mesmo assim vale a pena ser vivida.
Parto...
Olho para trás...
Vejo-te...
Verto uma lágrima...
Limpo o rosto...
Esboço um sorriso sincero...
E sigo viagem...
Esse sonho...
Esse, está sempre comigo...
E só nós o podemos tornar realidade...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Acústico


A melancolia de uma guitarra...
É assim que me sinto hoje...
Só...

O poder da vírgula


Vê o que uma simples vírgula pode fazer:

"Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, ficaria de joelhos à sua frente."

"Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher ficaria de joelhos à sua frente."

Vício


Ontem propus-me um desafio, passar um dia inteiro sem o telemóvel.
Quando toda a gente fala do vício que se tornou o famigerado aparelho, resolvi testar-me para ver se sou igual às massas.
Para dificultar mais ainda o desafio resolvi deixa-lo num local visível e com o som ligado.
A princípio pensei que seria uma tarefa fácil de realizar, mas a verdade é que a cada minuto que passava lá estava eu a olhar para a máquina, a cada sinal sonoro lá me levantava para ver quem era, mas tinha que ser forte e resistir.
Resolvi então guarda-lo na gaveta e tirar o som, assim a tentação seria menor, mas por incrível que pareça não conseguia resistir, dando a mim próprio a desculpa: " Ah e tal, talvez tenha recebido uma chamada importante ou urgente..."
E foi isto o dia todo...
Só acabou quando te encontrei na internet.
Nesse momento o conceito de telemóvel simplesmente desapareceu da minha mente, se me perguntassem o que é um telemóvel eu não saberia responder de imediato.
Foi então que percebi, não sou viciado no telemóvel, sou sim "viciado" em ti.
O sinal que esperava era uma chamada ou mensagem tua, mesmo sabendo que não havia motivos para tal.
És um vício bom, daqueles que não quero perder, pois não dás origem a efeitos secundários negativos, pelo contrário, crias em mim efeitos primários muito positivos.
Agora que lês este texto que tal um beijo em formato de toque?
É para isso que serve o meu telemóvel... :D

terça-feira, 19 de junho de 2007

Ministry of sound


Porque hoje me apetece dançar e já tenho saudades de uma boa noite com os amigos, aí está a banda sonora com os ritmos explosivos...
É só para dar um cheirinho do que o verão tem para trazer e como os raios do sol teimam em se esconder, não fosse eu S. Pedro (de santo não tenho nada :p), resolvi trazer um pouco de calor ao blogue...
Agora toca a mexer... :)

A nossa praia


Escolhi um lugar tranquilo para te amar interrompido somente pelas ondas do mar, misturando o sal na tua voz.
Sentados, confortáveis, meditávamos em silêncio como almofadas e as pernas cruzadas em lótus. Respirávamos calmamente, relaxando, sentido a brisa marítima.
Cada expiração um desejo, cada gesto uma atenção redobrado sobre os corpos. Os pés em contacto com a areia fina, cansados da caminhada sobre a espuma.
Sentíamos cada pedaço do vento. Sentia cada pressão interior da tua alma, os teus olhares difusos, progressivamente mais brilhantes e misteriosos.
Eu sentia...
Tu sentias...
Deixei que tudo te captasse a atenção e vibrasses como as algas à tona da água. Os meus dedos passeando na tua face.
Fazer desse momento um momento de prazer...
Os corpos estabelecendo um primeiro contacto, felizes por sentir o luar mergulhado na pele.
Não formulámos palavras, sentimos apenas.
A pouco e pouco o contacto com as demais partes do corpo através das estrelas, agradecidos pelo seu calor, pela sua genuína atenção.
Os corpos despidos sobre a areia inundada de espuma da paixão.
Um elo, um calor, um suspiro, um arrepio deslizando na pele de seda, uma outra forma de ser, de prazer, delimitando os contornos de ambos só seres que habitamos, que sentimos, que conhecemos (outras vezes nem tanto)...
Buscamos o espírito do céu, a loucura de cada gemido que a terra solta.
O perfume do teu interior fluindo para as rochas, arrebatando-se num flash de suprema ternura e satisfação.
Um desabrochar, um levitar de prazer infindável, inolvidável, como a luz do farol que ao longe rompe o nevoeiro e mergulha na imensidão dos barcos que flutuam sobre espelhos de água.
No instante seguinte o teu sorriso mais aberto, mais puro, suave, mais perto, o abraço das anémonas à volta do meu corpo humedecido, do meu peito colado aos teus seios de olhos fechados dormindo em silêncio.
Desce a maré até ao umbigo, cresce a noite, o sono e as pálpebras cerradas, já os meus dedos mergulham na gruta funda e húmida tocando a areia molhada.
Outras curvas se desvendam ao fundo das tuas costas suaves, salpicadas por tiras de cabelo junto aos ombros, como portas semiabertas para entrar como um fantasma e esconder-me nos finíssimos fios e esperar o dia seguinte sem que a prata da lua caia na totalidade sobre a ondulação.
Adormecidos na areia, amando também a sonolência tranquila, sonhamos perdidamente de mãos dadas, como gaivotas no seu voo ligadas pelas asas inconfundíveis do desejo e da felicidade.
Também a praia dorme.
Somente as ondas continuam, limpidamente, secretamente, subindo a areia, tentando tocar o teu corpo, mas onde a única onda sou eu e o mar ali tão perto, é o meu coração junto do teu...

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Voz escrita


Palavras ao sabor do vento
Flutuam até teus olhos.
Talvez se as pudesse recitar
Teriam maior valor,
Mas como Pessoa
Escrevo a Ophélia.
Perco-me nos versos
Rendo-me aos verbos.
Encantei quem me lia
Com esta voz que ecoa
Nos montes do amor,
Nobre alma a gritar.
Acalmam-me amigos velhos
Há-de chegar o meu momento

Pequena dúvida 6


Será o papel social das senhoras da limpeza, higiénico?

domingo, 17 de junho de 2007

Desafio


A minha recente amiga Bia lançou-me um desafio e é com muito agrado que digo: "Desafio aceite"
Infelizmente não tenho lido muito ultimamente, digamos que agora estou do outro lado da barreira desde que criei este blogue.
Em todo o caso aqui vão os cinco livros que mais me deliciaram as "papilas gostativas do cérebro":
Papillon - Henri Charrière.
A idade da razão - Jean Paul Sartre.
Viagem ao mundo da droga - Charles Duchaussois.
Crónica da mais velha profissão do mundo - Jeanne Cordelier.
Poesias - Fernando Pessoa.
Agora cabe-me a mim dar continuidade a este desafio nomeando os meus caros visitantes, velhos ou novos amigos, são eles:

PS: Adorava desafiar também todos os visitantes do blogue que não possuem blog a embarcar neste navio, para tal podem dar as vossas respostas através de comentário a este post.

Perguntas e respostas...


Depois de ter acordado pouco passavam das 3 da manhã, com a sensação de te ter ali naquele quarto comigo, não mais consegui adormecer.
Dei por mim a pensar num futuro que não sei se será realidade e num presente que cada vez faz mais sentido.
Todas as respostas que me atravessam a mente vão encontrando a resposta.
Como poderá a chama do meu coração arder se não tem lenha onde se alimentar?
Porque é que este cumpre fidelidade a um compromisso que não tem, nem sabe se um dia irá ter?
Como pode a alma correr atrás de alguém que não segue o mesmo rumo?
A resposta para estas questões é muito simples, gosto de ti porque sim, sem dúvidas, sem olhar para trás...
Por mais voltas que dê, por mais perguntas que faça acabo sempre por chegar à mesma conclusão, gosto de ti...
Mas até quando poderei eu esperar uma oportunidade se nem pisamos o mesmo chão ao mesmo tempo?
A resposta mais uma vez é fácil, cabe-me a mim próprio criar essas oportunidades. Nunca poderei colher os frutos se não lançar as sementes.
Mas estará o solo do teu coração preparado para as receber? Não arruinarão as chuvas mais uma tentativa de colheita?
Esta é uma questão que só encontrará resposta com o passar do tempo. Pensei em ir devagar com os acontecimentos, mas mais devagar do que estou a ir agora só mesmo parado.
Sei que uma vez disse que te ia desafiar, respondeste que gostavas de ver isso e que era quando eu quisesse, mas isso não tem acontecido. Ambos atravessamos fases em que se torna muito difícil conjugar horários. Também não pode ser quando eu quero porque isso se iria traduzir em "a toda hora".
Enfim, pensei em escolher a altura certa, mas será que isso de "altura certa" existe mesmo?
A resposta é não, não há uma altura certa. Todo o tempo que passe contigo é o momento certo. Poder passear contigo nos ponteiros do relógio e saborear cada segundo como se fosse o último, sentir-te mais perto a cada minuto, ficar rendido ao teu sorriso horas sem fim...
Até que cheguei de manhã ao espelho e disse para a personagem que estava do outro lado: "Mexe-te pá, faz alguma coisa..."
Mas então perguntei se devia fazer como a cigarra e cantar-te as mais belas baladas ou como a formiga e conquistar-te com o empenho do meu trabalho?
A solução é simplesmente ser eu próprio, confiar nos meus sentimentos e avançar sem receios.
Sei que não me vais condenar por tentar descobrir o que virá no dia de amanhã. Já conquistei a tua amizade, o teu carinho e só por isso já me sinto um vencedor...
São perguntas que faço todos os dias e sempre encontro as mesmas respostas, mas é mais forte do que eu...
Só há um aspecto que nunca questionei, esse é o que sinto por ti...

Quero-te...


Acordei com uma agradável sensação
Que me observavas enquanto dormia.
Talvez como meu anjo da guarda
Tenhas me vindo visitar
E dar um beijo de boa noite.
É incrivel a maneira como sinto a tua presença aqui...
Sinto o teu perfume,
O teu toque,
As tuas mãos no meu rosto,
O calor do teu abraço...
O brilho dos teu olhos
Que ilumina este quarto escuro...
Não vás embora...
Esta noite fica aqui comigo...
Quero-te a meu lado...

sábado, 16 de junho de 2007

Pequena dúvida 5


Se uma árvore cair numa floresta e não estiver lá ninguém, será que a árvore faz barulho?

Amor à camisola


Esta noite, como sempre fui jogar futebol com uns amigos.
É uma forma de libertar o stress acumulado da semana, de cuidar do corpinho e sobretudo de estar com os amigos, o elemento mais importante da vida.
Desta vez não ganhei o jogo, o marcador no fim marcava 8-7 a favor da equipa adversária, mas saí satisfeito no final.
Dei tudo de mim, literalmente deixei corpo e alma em campo.
Antes do jogo havia prometido a uma pessoa especial que lhe ia dedicar um golo se o marcasse, pois bem, como prometido é devido, lá marquei e não foi só um, foram quatro, estando até na origem dos outros golos da equipa.
Normalmente não me costumo gabar muito, mas esta noite fui a estrela da equipa, lá isso fui.
No entanto, eu tinha uma vantagem em relação aos outros, tinha a tua força e incentivo do meu lado e nem imaginas como isso torna tudo mais fácil, sinto-me capaz de fazer o impossível e a verdade é que o consigo.
Joguei com um sorriso no rosto, empreguei alma nas jogadas e dei tudo que tinha.
A tua presença em mim ajuda-me e muito, não só num simples jogo de bola com os amigos, mas em tudo na vida.
És tu quem me faz jogar com amor à camisola...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O valor das palavras


Felicidade
Alegria
Confiança
Coragem
Força
Esperança
Honestidade
Sinceridade
Ajuda
Solidariedade
Sorriso
Carinho
Respeito
Amizade
Família
Paz
Vida
Sonho
Paixão
Amor

Palavras que todos nós conhecemos, mas que muitos não sabem o seu verdadeiro significado, nem se dão ao trabalho de procurar no dicionário...

Arte


Muitos são os que me dizem
Que o que tenho cá dentro
E pinto nesta tela,
É dotado de uma beleza superior.
Enganam-se os que assim pensam.
Não são as cores que uso,
Não são as palavras que desenho,
E não é o que sinto que tem um brilho especial.
É sim a razão que me move,
É a musa que me inspira,
A mulher que retrato...
Essa sim...
Essa é que dá o significado à palavra "Arte"...
Essa...
Essa, és tu...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Peter Pan de um mundo real


Nos últimos tempos, muitas são as pessoas que me apelidam de Peter Pan...
Como o meu nome é Pedro até que faz sentido, que é reforçado quando na verdade, tal como Peter Pan, também eu sou um sonhador, um visionário em busca de um mundo perfeito, onde a hipocrisia e a tristeza não possuem lugar, um mundo onde nenhum Capitão Gancho poderá avançar com o seu navio de pirata e perturbar a felicidade.
Mas infelizmente a vida não é um conto de fadas em que no fim todos têm um final feliz...
Nesta vida não podemos ficar com a sinceridade e inocência de uma criança para sempre.
Neste mundo somos obrigados a crescer numa sociedade cada vez mais auto-destrutiva.
Mas todos podemos lutar por um mundo melhor, nem são precisas grandes obras para o realizar, pequenos gestos do dia-a-dia bastam para que o curso da nossa história se altere.
Até o bater de asas de uma borboleta em Pequim pode causar uma tempestade na Amazónia. É o chamado efeito borboleta. Tudo o que fazemos num determinado momento poder desencadear uma série de acontecimentos em cadeia.
O que fazemos no presente reflecte-se na pessoa que somos amanhã.
Sim, sou o Peter Pan, mas com algumas diferenças...
Ao contrário dele cresci, fiz-me Homem com "H" maiúsculo e não quero fazer deste planeta a "Terra do Nunca".
Sei que se acreditar em algo posso torna-lo realidade...
Esperança não basta, é preciso ter coragem e lutar...
É no ponto onde os sonhos tocam a realidade que está o verdadeiro sentido da vida...

Pequena dúvida 4


São 4h10 da manhã e uma pequena dúvida impede-me de dormir.
Se os cães não podem conduzir, porque é que há tantos chamados Piloto?

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Jardim de palavras


Escrevo-te poemas
Palavras em mim apenas
Que não consigo esconder
É tanta a vontade de escrever

Não são poemas de amor
Nem belos como amendoeiras em flor
São palavras perdidas
Mas há muito sentidas

Com as sementes que há em mim
Planto versos neste jardim
Que ao sol dos teus olhos irão crescer
Para que um dia os possas colher

Expressões


As expressões de um olhar que agora acompanho diáriamente.
O link já aqui ao lado, nas palavras dos outros...

Casa de Maio


Uma casa que faço questão de visitar todos os dias...
O link já aqui ao lado, nas palavras dos outros...

Coração a mil


Ter-te ali ao pé de mim
E não te poder tocar.
Ver-te ali assim
Como é possível não gostar?

Teus olhos cor de chocolate
Teus lábios de mel
E eu ali a adorar-te
Sentindo arrepios na pele.

Preso naquele instante
Sem vontade de partir
Nos olhos brilho de diamante.

A mil o coração a bater
Não sei se o consegues sentir
Mas é por ti que me faz viver...

Doce mel


Estas palavras que escrevo são as abelhas que transportam o pólen das flores da minha alma para a colmeia do teu coração, com a esperança de fazer o mais doce mel...

terça-feira, 12 de junho de 2007

História sem fim


Tudo começou há quase 10 anos, um modesto rapaz da aldeia enfrenta um novo desafio, a vida na urbe. Não sabia palavras floreadas, nem sequer proferir vocabulário mais enriquecido.
Era uma rapaz tímido que preferia ficar horas a ouvir as histórias dos outros do que contar as suas próprias aventuras, porque pensava não possuir arte nem engenho para tal. Esta timidez impedia-o de mostrar o que realmente valia, criando algumas barreiras.
A custo lá conseguiu entregar-se às feras e fez algumas amizades.
Um desses novos amigos era uma personagem muito extrovertida, mas com muitas incertezas na vida. Sabia como fazer as coisas, mas não sabia o que queria na verdade e era ao rapaz que ele recorria sempre que precisava de tomar uma atitude e ele como sempre ajudava no que podia.
Uma certa altura pede-lhe a sua opinião sobre uma rapariga, o que ele achava dela e se valia a pena ter algo mais forte com ela. Para dizer a verdade o rapaz não a conhecia muito bem e começou a estar mais atento para poder dar uma opinião mais fundamentada.
Aos poucos foi se apercebendo que ela era uma pessoa espectacular, dotada de uma humildade sem comparação, uma verdadeira pessoa 5 milhões de estrelas.
Foi então que ele diz ao amigo: " Força, avança, não percas mais tempo, não deixes esta andorinha fugir e levar consigo a primavera..."
Como era hábito o amigo fez o que o rapaz sugeriu, foi em frente e avançou, quando ele soube da notícia ficou contente pelos dois, mas como tudo o que é bom sempre acaba depressa, qual não foi o seu espanto quando o amigo se vira para ele e disse que ia desistir e que não a queria mais...
Perguntou-lhe porque desistia, porque deixava a areia fugir-lhe por entre as mãos, a resposta foi: "Não sei, não me apetece..."
A atitude do amigo deixou-o decepcionado, sabia das suas incertezas, mas daí a brincar com os sentimentos dos outros vai um longo caminho, não lhe reconhecia atitude tão egoísta.
Na altura ficou com um sentimento de culpa, afinal tinha sido ele o impulsionador de tudo, havia sido ele a dizer ao amigo para avançar. Ficou com pena dela.
A partir desse dia pensou que tinha que fazer alguma coisa para a fazer sentir melhor, mas que poderia ele fazer?
Nada, simplesmente nada e deixou-se ficar no seu canto...
Com o passar do tempo ela não lhe sabia da cabeça, era o primeiro e último pensamento do dia, estava a tornar-se mais do que um simples sentimento de pena ou admiração.
Foi aí que a verdade caiu sobre ele, gostava dela, estava apaixonado.
No entanto, nunca se sentiu capaz de lho dizer e resolveu mais uma vez ficar na sombra, mas era pior, ao ficar calado impedia-a de o conhecer e não demonstrava os seus sentimentos.
Quando finalmente resolve encher o peito de coragem e fazer alguma coisa, já era tarde demais, ela estava noutra galáxia, também outra coisa não seria de esperar, ele mal falava com ela.
Tempos, mais tarde, pensando que ela estava sozinha resolve tentar mais uma vez, o que ele não sabia é que ela já havia embarcado numa nova aventura, mais uma vez era tarde demais. Era um mau hábito que tinha, escolhia sempre a altura errada.
Para piorar, desta vez como não sabia que ela olhava para outra pessoa, mesmo sem ser intencionais os seus gestos estavam a atrapalhar a vida dela, o que fez com que ela se afastasse, o que já era de esperar, no lugar dela faria o mesmo.
Quase 6 anos volvidos o destino quis que o machado de guerra fosse enterrado e voltaram a falar. Foi mesmo na altura certa, ele estava mesmo em baixo e este cachimbo da paz fez exorcizar alguns fantasmas de um passado mais recente.
Qual não foi o seu espanto ao reparar que, passados estes anos todos, ela seria capaz de despertar sentimentos que estavam adormecidos, quando ele pensava que haviam morrido...
A príncipio não queria acreditar e negou várias vezes esse sentimento. Até que chegou à conclusão que não valia a pena enganar-se a si próprio indo contra os seus sentimentos mais profundos.
A verdade é que ele a quer de verdade, gosta dela e ganhou coragem para o dizer a este mundo e ao outro.
Toda a gente ouviu o grito, ela também e pediu-lhe para a partir daí falar com ela abertamente. Ela não imaginava como isso o colocava à vontade e o bem que lhe fazia.
Se uma amizade consegue sobreviver a todos estes atentados, muitos criados por ele é verdade, mas se o sentimento foi capaz de prevalecer passados estes anos todos, como poderia ele deixar de sonhar?
A história recomeçou agora...
Esse rapaz, esse sonhador sou eu...
E espero que esta história não tenha um fim...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Cinzento


É verdade, o mundo nem sempre é colorido.
Por vezes tem uns tons de cinzento
Ainda assim são tonalidades
Que possibilitam ter uma verdadeira percepção do real.
Quem disse que o negro e o branco são diferentes?
Quem disse que a água não se mistura com o azeite?
Tudo bem que não os podemos juntar num só,
Mas estes podem viver lado a lado,
Numa dança de sentimentos...
Para ver um arco-íris
É preciso que tenha por lá passado uma nuvem cinzenta...
Ainda que por vezes cinzento,
Consigo ver as tuas verdadeiras cores
E apenas tu
Podes trazer um pouco de cor aos meus olhos...

Sede de ti


Gosto de ti, isso já sabes tu e meio mundo, mas será que algum dia a vida nos irá juntar?
Sinceramente temo que não e digo isto correndo o risco de por fim a qualquer possibilidade de uma dia vires a olhar para mim com outros olhos, de uma maneira mais especial.
Podem chamar-me de suicida, de estúpido por estar a dizer isto, podem-me chamar de burrinho ou trengo até...
A verdade é que não me importo o que digam, pois sei que estou a ser fiel aos meus princípios e honesto para com os meus sentimentos.
A verdade é que tenho a quase certeza e digo "quase" porque há sempre uma réstia de esperança de estar enganado, mas a verdade é que "tu" e "eu" nunca seremos "nós"...
Tens razão quando dizes que somos diferentes, apesar de não me conheceres bem, eu sei-te de cor e concordo contigo.
Não digo que um é mais que o outro, ninguém é superior.
A realidade é que vivemos em mundos diferentes. Tu estás numa fase da vida em tudo começa a ficar encaminhado, mais estável, enquanto que eu ainda tenho algum tempo pela frente até atingir esse patamar.
Já tens o teu emprego, a tua autonomia, já começas de certeza a fazer planos a curto prazo, por outro lado eu ainda estou longe disso tudo.
Não penses que estou a dizer que não poderia ter alguma coisa contigo por razões puramente materiais, isso para mim nem secundário é, simplesmente não faz parte dos meus pensamentos, tal como a aparência, pois quem vê caras e carteiras não vê corações, apenas estou a referir que tu já passaste para um novo estágio da tua existência, o da idade adulta a sério, com todas as responsabilidades e vantagens que isso acarreta, enquanto que eu para lá chegar ainda tenho muito que andar. Por isso receio não te poder acompanhar sempre...
Sei do que falo porque já passei por esse estágio, mas as circunstâncias da vida fizeram-me dar um passo atrás. Foram riscos que corri, grandes apostas que fiz, mas infelizmente nem sempre a vida corre como queremos. No entanto isso fez-me crescer e muito, isso fez de mim uma pessoa melhor, mais ciente das dificuldades da vida e mais preparado para lidar com todo o tipo de situações.
Outro aspecto que me faz pensar que somos diferentes é o facto de eu ser mais uma pessoa de palavras e tu de acções,eu gosto muito de ouvir e tu de falar...
Tudo bem que se possa dizer que um pode completar o outro, até as peças de um puzzle tem que ser diferentes para encaixar...
Mas estaremos nós dispostos a descobrir?
Por momentos tenho a certeza que sim, quero muito tentar, mas outros há em que recuo e não faço nada pensando que não vale a pena tentar pois julgo saber o resultado.
E se estou enganado?
Todos diferentes, todos iguais, não é?
E se realmente a possibilidade existe?
E se vale a pena?
Afinal, tudo vale a pena quando a alma não é pequena e a nossa, modestia à parte é enorme...
Enfim, é um dilema para o qual não sei a solução.
A vida é mesmo complicada e a vida a dois então...
Vamos ver o que o futuro nos reserva...
Só o tempo dirá...
Não podemos dizer que desta água não beberemos...
Para já sei que a minha sede de ti é mais que muita...

Hoje sinto-me...


Não podia sentir-me melhor
Do que me sinto hoje.
Imortal,
Capaz de viver para sempre...
Sinto que tenho asas
E sou capaz de voar...
É assim que me sinto,
Melhor do que alguma vez senti,
Melhor do que alguma vez sonhei...
É por ti que me sinto assim...
É por fazeres o sol nascer de manhã,
Por ensinares os pássaros a cantar...
Directamente nunca fizeste nada para me agradar,
Mas de uma maneira que só tu sabes
Acabaste por fazê-lo...
Basta seres tu própria.
As coisas simples que fazes,
Aquilo que és...
O sorriso sempre presente
Pequenos gestos de magia...
Que me fazem sentir assim...
Livre...
Poderoso...

Dá-me a mão


Dá-me a mão
Deixa-me guiar-te.
Levar-te onde nunca ninguém te levou.
Mostrar-te o que mais ninguém te mostrou.
O verdadeiro sol da paixão.
Fazer-te sentir o calor...
A emoção...
Trazer um pouco de brilho aos teus olhos.
Iluminar os teus dias.
Juntos podemos erguer a mão aos céus,
Tocar o sol.
Para isso...
Dá-me a mão...

À procura da felicidade


Uma verdadeira lição de vida...
Um filme emocionalmente intenso...
Baseado na história verídica de Chris Gardner, este filme, que conta com a brilhante performance de Will Smith e o seu filho Jaden Smith, é a prova de que o sonho americano é mais do que um mito.
Quando a vida parece não valer a pena ser vivida, há sempre algo ou alguém que nos faz erguer a cabeça e continuar a lutar.
Recomendo, 5 estrelas no meu ranking pessoal, deveras inspirador...
Se temos um sonho, temos que o proteger...
Mesmo que alguém nos diga que não somos capazes...
Quando queremos algo, temos que lutar para o conseguir...

domingo, 10 de junho de 2007

As palavras para ti...


Fico preso em teu olhar.
Hipnotiza-me...
Enfeitiça-me...
Até ao ponto do não retorno.
E deixo-me lá ficar,
É bom saber que um dia
Poderás vir a olhar para mim
E ver-me como sou...
É esse o meu mais sincero
E profundo desejo...
Poderes olhar para mim
E finalmente me veres...
Aquele que sempre esteve aqui,
Bem perto de ti
Mas ao mesmo tempo ausente...
Aquele que gosta de ti,
Mas que nunca te cantou,
Nem nunca te encantou...
Enfim, aquele que suspirava por ti
Mas que agora liberta
O que de melhor tem no peito,
As palavras em mim...
Directas aos teus olhos,
A caminho do teu coração...
As palavras para ti...

sábado, 9 de junho de 2007

Aqui, comigo...


A tua alma persegue-me...
Por todo o lado que passo...
Em cada nuvem que vejo...
Nas letras das músicas que escuto...
Mesmo nas flores que colho no jardim...
Vejo-te...
Estás sempre aqui...
Comigo...

Pequena dúvida 3


De que continente vieram os incontinentes?

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Palavras em português


Porque em português também se faz boa música, a banda sonora hoje é na língua de Camões...

Velocidade


Apanhado pela solidão, ainda que temporária, conduzo pelas ruas ao acaso.
Os candeeiros não me falam perante a incrível saudade que me ataca pelas costas.
É como uma faca de várias pontas espetando-se na minha pele, dilacerando a carne, perante a transparência desaparecida na tua ausência.
Sem ti, as ruas transformam-se em monstros sem cor, arregalam os olhos com uma fúria que me enlouquece, mas não sei responder-lhe para não doer tanto.
Acelero mais, mas isso apenas conduz à ilusão, apenas dá adrenalina às células.
Ainda assim é impossível esquecer a forma do teu rosto na brisa do retrovisor, ou o teu riso no ruído do motor, ou mais difícil ainda o abraço como o contacto dos pneus no alcatrão escaldante.
Travo a fundo na rotunda, paro...
Tento que não arda tanto dentro do peito, mas a chama é cada vez mais forte e ata-me com violência à velocidade trespassante das horas infindáveis.
Volto a acelerar sem rumo, subo a montanha do bom filho de deus, onde o nevoeiro é denso e a bruma é condensada como o meu peito.
Vais estar longe, mas sempre presente aqui no meu pensamento.
Diverte-te muito e volta depressa…
Já tenho saudades…