sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Tempo


O tempo vai passando ao som do tique-taque dos ponteiros de um velho relógio de cuco...
Durante o meu dia, vejo a noite chegar e espero inutilmente por ela, ansiando o dia seguinte que se adivinha como sendo cheio de surpresas.
É tudo tão rápido que nem me apercebo da fugacidade dos minutos, das horas,dos dias, surge assim o meu pior inimigo o Tempo...
Algo imbatível que mais cedo ou mais tarde me apanha sem ter a possibilidade sequer de dar um último abraço, um último adeus, ou dizer aquelas palavras que ficaram em mim, mudas para todo sempre...
Escrevo assim de modo a eternizar o que sinto, apercebendo-me que o que sinto hoje não irei sentir exactamente amanhã, pois os minutos passados esses jamais retornarão e com eles serão levadas todas as minhas esperanças, todos os meus sonhos e desejos, e à medida que estes passam dedico-me mais à imortalização das palavras em mim, que me fazem sentir que só através delas poderei perdurar no Tempo...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Doce sonho procura-se...


Hoje tenho a sensação que nada se encontra no lugar...
O que era suposto estar não está...
O que era suposto pensar não consigo...
Suposições?!
É disso que vivo.
São momentos que idealizamos como sendo seguros, deixando de lutar por aqueles que poderiam ser os certos!
Posso perder tudo...
A esperança, o sonho, o tempo...
Mas o sentimento esse jamais será perdido, é algo que marca quem o sente para toda a vida.
Simples melodias, objectos, momentos, lugares...
Tudo isto faz parte da lembrança e essa não a queria eu sentir...
Porque a sua presença na minha vida retira tudo do lugar, a impertinencia de tais pensamentos levam-me a agonia, o desejo de ter o que não tenho, de alcançar algo mais que o simples presente...
Ilusões que podem não passar de expectativas, posso estar errado mas é o que sinto...
Quando adormeço os meus sonhos são invadidos por imagens que não correspondem com a minha realidade...
Porquê?
Não sei, procuro a resposta todos os dias de manhã.
O que é certo é que quando esses sonhos chegam, todas as lembranças se recordam, todo o dia se torna mais lento, nada tem significado.
Simplesmente passo o dia a prolongar o sonho que tive e esse...
Esse não passou de um sonho amargo...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ressuscitar


Cada segundo passado é um recomeço,
Ao avançarmos em passo decidido
A vida brinda-nos com momentos lindos,
Com pessoas maravilhosas,
Com sentimentos dignos de sentir,
Partilhar...
Oferecer...
É assim que acontece quando desejamos
Voltar a sentir o calor do sol,
Olhar o céu azul com nuvens brancas,
Ouvir as palavras de quem nos fala,
Sentir o carinho com que nos envolvem...
É bom não esquecer a magia
Dos amigos...
Dos verdadeiros companheiros,
De quem nos quer bem.
Viver é um milagre...
E a única preocupação que devemos ter
É esforçarmo-nos para sermos dignos
Dessa possibilidade divina
Que tantas vezes desperdiçamos...
Ao sentirmos o que nos magoa,
Ao vivermos momentos irreais,
Ao transmitirmos somente dor no rosto
Ao sonharmos solitários...
Sempre que nos isolamos do mundo
E esquecemo-nos de sorrir,
De agradecer cada amanhecer
Que a aurora traz cheia de encantos.
O anoitecer que nos brinda com a Lua
E tantas estrelas brilhantes...
Tanta beleza...
Que tantas vezes ignorei.
Decidi recuperar
Esse tempo perdido
Vivendo cada minuto precioso
Com a certeza de que sempre será pouco.
O tempo que disponho para aprender
Que estar vivo é uma bênção.
Em qualquer estado de espírito,
Em todas as circunstâncias,
A vida que me foi concedida,
As pessoas que me rodeiam,
As conquista árduas ou não,
De cada batalha empreendida.
Bebi do éter fulgurante,
Da vontade de viver...
Sinto que agora caminho num rumo certo,
Aquele que me trará a felicidade
Que tanto almejei.
Sucumbi moribundo...
E agora ressuscitei,
Mais vivo que nunca...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Coração de gelo derretido


Os ventos glaciares invadem-me a alma, plena de ausências passadas, vazios feitos de nadas...
Gelam-se os dedos, perdem-se as palavras entre as linhas do tempo, arrefece o espírito que se evapora nas nuvens escuras da tormenta.
Cai a neve, sobre minhas folhas amareladas, sinto nos ramos o seu peso, como se carregasse comigo toda a solidão da Terra.
Faz-se a noite da ausência do dia e eu, deixo o coração perder-se da falta de ti.
O tempo passa por mim sem me cumprimentar, vejo-o ir embora e deixo-me aqui ficar, esperando ingloriamente a tua chegada.
Cruzo as estrelas com um olhar, tentando lá te encontrar, perscrutando os céus, paraísos perdidos, em busca de tudo, à procura de nada.
Perco-me do destino, desencontro-o para não ter de me cruzar, quero ficar, só, nesta noite fria, deixar de sentir o meu corpo clamar pelo teu, calar a minha alma e não chamar por ti, quero apenas ficar sozinho, aqui...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sombras dos dias


Aqui sentado no meu canto, escrevo o que me vai na alma...
Escrevo,escrevo e escrevo...
Os dedos ganham vida própria e letra a letra, palavra a palavra, devagar e devagarinho vão criando algo...
Mais uma página deste meu extenso livro, mais uma página da minha vida...
Mais um dia em que o sol se esconde, um dia de chuva.
Um dia presente e quiçá marcante, ou não...
Quem sabe apenas outro dia banal, um dia igual a todos os outros.
Ao som de uma suave e delicada música,desfruto deste meu momento.
Um momento de solidão, um momento de reflexão.
Um momento para estudar e reflectir passo a passo, gesto a gesto, palavra a palavra...
Tudo muda e as horas giram a grande velocidade.
Carrego este meu mundinho às cavalitas e saltito com alegria nesta nova vida.
Seguro nas palmas das mãos este imenso sol de amizade que me aquece por dentro e me ilumina novos caminhos...
Caminhos traçados e finalmente pisados.
São estes os momentos que nos fazem ver, reflectir e muitas das vezes decidir...
São estes os momentos...
Um momento meu, apenas meu...
Momentos todos o temos e há que saber aproveita-los até ao último segundo.
Por vezes, as coisas boas da vida escondem-se nas sombras dos dias...

Heróis por um dia


Finda mais um fim-de-semana intenso e a serenidade sempre me acompanhou.
Apesar de muitas tarefas e correrias foi bom constatar que tudo se pode fazer desde que façamos por isso.
Agora preocupam-me as ansiedades de alguns amigos, uns porque não conseguem dizer o que querem, outros porque, apesar de o exprimirem claramente, não são ouvidos por quem deviam. Para quê complicar o que pode ser simples?
Gosto de poder analisar os problemas e depois decidir de forma a não complicar os outros, mas se tiver de complicar alguém, que sejam aqueles que não têm a decência de se preocupar com os outros e só vêm os seus objectivos à frente, doa a quem doer.
Por esses não nutro simpatia, nem me esforço por fingir que me são agradáveis, pois mesmo não sendo em mim que fizeram o pior estrago, atingiram algumas criaturas indefesas e fáceis de melindrar e isso é indecente.
Aqueles que não são ouvidos por quem deviam, espero que arranjem força interior para por alguns pontos nos "is" e façam marcar a sua posição de forma inequívoca.
Quando se quer o melhor para os outros e esses outros nos são mais que tudo, vale a pena insistir e nem que seja por escrito, exprimir aquilo que sentimos, pois gostaríamos que esses sentimentos fizessem eco...
Nunca calar, ou deixar de falar aquilo que sentimos, para que não nos tomem por conformados com alguns factos que, se verdadeiramente quisermos, se podem resolver com algum empenho, se fizermos por isso.
O futuro está nas nossas mãos e sim, também nós podemos ser heróis por um dia...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fnac em Braga


A partir do dia 15 de Novembro o Braga Parque abriu as portas da nova área comercial do shopping, que beneficiou nos últimos dez meses de profundas obras de remodelação e expansão.
A cadeia francesa FNAC é um dos principais reforços das 105 lojas do Braga Parque.
Ocupando uma área aproximada de 1800 metros quadrados, este novo espaço cultural e de lazer disponibilizará livros, CD’s, DVD’s, artigos tecnológicos e informáticos, laboratório de fotografia, bem como um café e um espaço de fórum.
Para dar o pontapé de saída a FNAC do Braga Parque esteve ao mais alto nível e convidou a banda portuguesa Clã para a estreia.
Foi uma abertura em grande, de um espaço que já fazia falta à cidade de Braga e eu faço parte da família.
Sim, também eu sou um Fnackiano, por isso passem por lá...
São todos meus convidados...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ora diga lá outra vez...


Grande novidade no estágio da Selecção portuguesa, o defesa-central Pepe, um brasileiro naturalizado português proferiu as seguintes declarações:

"A minha namorada é portuguesa, estou há 2 anos com ela e sei perfeitamente cantar o Hino."

Agora eu pergunto, o que será que ele quer dizer com isso? :)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Palavras em mim


Palavras em mim são como água pura, emergem do centro da alma, por entre o silêncio, a calma...
Palavras em mim são gotas, esféricas e frágeis, que a outras gotas se juntam, que a outras se abraçam num bailado profundo e nascem, aqui, no meio de mim...
Palavras em mim são corrente, água fremente, que me lava, cascata que a rocha desgasta, numa carícia suave...
Palavras em mim são rio, que atravessa a paisagem, que inundam a minha margem, carregando consigo pedaços do meu ser...
Palavras em mim são lago, de águas tranquilas, que me abrigam, que me abraçam, afagam, adormecem...
Não sou apenas as letras, que vazias se inundam da essência do meu ser, se conjugam no entrelaçar de muitas outras que se lhe juntam, criando palavras em mim que se empilham em frases sentidas por páginas a fio, que derramo neste oceano imenso...

domingo, 11 de novembro de 2007

Mulher poema


Nas palavras em mim em que te faço poema, encontro-te, contemplando a noite, a alma enlaça-se nas rimas e a voz que não escuto, declama os versos, como se os escrevesses nesse instante, para mim.
Neste poema teu a luz nasce, entre cada estrofe, no ritmo do palpitar do meu coração que desejava bater no teu peito.
A música embala o meu olhar, uma lágrima de saudade desprende-se, formando um rio que corre, face abaixo, percorrendo-te, deixando por todo o corpo as letras que te escrevo, fazendo da tua pele, papel onde marco a tinta os sentidos, despertos como sempre...
Neste instante, abro as nuvens e deixo escapar do meu peito um brilho, que atinge, mesmo que de forma efémera o teu olhar, repousa no teu peito, levando com ele a minha pele, o corpo que te aquece a alma, te cobre, te descobre e te ama até nascer uma nova madrugada.
Fiz-te poema nas minhas palavras e anjo no meu coração...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Boa noite


Hoje estou cansado demais para escrever.
Vou dormir.
Boa noite...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ausente


Fecho a porta, apago a luz e recolho as asas...
Deixo as palavras morrerem no peito, o jardim deixa de florescer à falta de raios de sol, de chuva que o avive...
Esta noite não faz mais sentido, não tem qualquer cabimento quando as letras se repetem em frases ocas, em textos perdidos em desvarios da mente que à falta de ter aquilo que não encontra se limita a brincar com os sentidos, com a alma, como se fosse bola em mãos de criança...
Recolho-me, enrolo o corpo sobre si próprio, como se fosse um envelope que se fechasse por dentro, selo a alma, apago a luz e as letras deixam agora de brilhar, palavras mortas, metáforas gastas num prenúncio de fim...
Não estás, não estou, aqui, já, para te abraçar, para me abraçar...
Por mais braços que invente, não encontro nas palavras os sentires que me permitam tocar, tocar-te...
Hoje, como ontem, não vieste...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Travessia no deserto


Caminho no deserto
Onde o sol me aquece o rosto,
O céu fica mais limpo,
O ar mais leve,
O coração menos apertado.
No peito, a recordação...
Mas essa,
Essa ele não leva.
Lembro-me que quase desisti de escrever
De sorrir,
De gostar,
De estar...
Fui-me entregando sem perceber,
Deixando portas abertas,
Janelas escancaradas....
Brechas que me violaram o sossego.
Como pode o coração ser tão imprudente?
Passaram-se dias em que me senti só...
Vieram depois as horas de confronto interno
E agora,
A certeza de que uma vez começada a viagem
Não se pode voltar atrás...
Não se pode ignorar o conhecimento adquirido...
Aquele que veio envolto de dor,
De lágrimas,
De pesar.
São sentimentos que nos enfraquecem o peito
Mas que fortalecem a alma...
Ainda que contraditório,
Verdadeiro.
Hoje não caio com a facilidade de ontem
Amanhã,
Saberei como fechar as portas e janelas...
E as brechas....
Essas, serão marcas que guardarei
Para não me deixar enganar.
Não deixarei de amar,
Isso não...
Perdidamente....
Apaixonar-me...
Está-me no sangue essa necessidade,
Está no meu peito esse desejo...
Sim,
Porque amar é a energia que aviva
A minha vontade de todos os dias recomeçar...
Não importa onde...
Não importa quem...
Somente acordar
E amar...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Irónica vida


A saudade vai embora,
Mas quando menos se espera,
Ela vem até nós.
Quando pensamos que já nada faz sentido,
Desperta-nos.
Quando o sentir adormece,
Acorda em nós a vontade de viver.
Existem vários apelidos,
Bênção, dádiva, milagre...
Somente um sentimento,
Este que sinto e tento retribuir.
Amar,
Sempre foi tão necessário.
Partilhar,
Porque é o que nos mantém vivos,
Em tantas prisões solitárias.
Dar,
Para que sempre se mantenha a lei do eterno retorno.
Receber,
Porque é esta a essência de todos os sentimentos.
Hoje,
Serenamente sento-me
E sinto o quanto conquistei,
Porque aprendi a partilhar,
A dar e a receber...
Amando-te.
Mesmo sem retribuires,
Tornaste possível
A transformação da crisália
E fizeste nascer a borboleta,
Com as cores que não sentes.
A vida é mesmo irónica...

LLE Latada 2007/2008

Estes caloiros fazem de mim um Cardeal babado (e sublinho babado, atenção não confundir com bêbedo :p )...