sábado, 29 de dezembro de 2007

Quero-te...


Quero olhar-te,
Quero abraçar-te,
Quero sentir-te,
Quero ver o teu sorriso envergonhar o sol,
Quero ver o teu olhar a empalidecer as estrelas,
Quero que povoes os meus sonhos,
Quero que me reconfortes quando tenho pesadelos,
Quero sentir o calor dos teus beijos,
Quero aquecer as tuas mãos frias,
Quero chorar de saudades,
Quero chorar de alegria,
Quero gritar a todos que te quero,
Quero guardar-te numa redoma só para mim,
Quero que gozem comigo e me chamem lamechas,
Quero fazê-los compreender o incompreensível,
Quero cantarolar ingenuamente como um menino,
Quero sentir-me desejado,
Quero esquecer a minha identidade e fundir-me na tua,
Quero sentir-me num sonho demasiado bom para ser verdade e ficar assim adormecido para sempre...
Quero...
Quero-te...
Quero-te a ti e apenas a ti...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Juntos


Gosto de ti
Como se não houvesse amanhã,
Como se nada mais fosse importante...
Gosto de ti
E quero-te sempre,
Corpo a corpo,
Num suspiro profundo,
Nas palavras em mim,
No sorriso constante,
No beijo de saudade…
Quero o teu toque,
Céus como o anseio de novo...
Tuas mãos em meus cabelos,
Teus lábios no meu pescoço,
As tuas pernas enroladas nas minhas,
Os suspiros desenfreados
Entre gargalhadas inocentes…
E este desejo há-de continuar amanhã,
Sei que vou continuar a senti-lo…
Eu e tu...
Os dois juntos…

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Saudade


Ontem já passou e hoje estou feliz...
Estou um dia mais perto de ti...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Palavras para quê...


Sei agora o que sinto, entendo este resplandecente desejo que habita em mim...
Faz-me suar, palpitar, estremecer quando olho para ti...
É um turbilhão dominado, um sentimento valioso glorificado pela sua raridade em toda a minha história...
Subitamente ascende em mim, renasce nos meus lábios, torna os meus olhos em pedras rejubilantes, não sei se pedras preciosas ou banais, mas sei que têm um brilho verdadeiro...
São pequenos fragmentos da lua, não têm luz própria, apenas a reflectem, imitam-na de quem despende tanto sentimento em mim.
Tocas-me e eu vacilo numa penúria de emoções, sussurras-me e eu deliro carnalmente...
Sigo os teus contornos, as tuas feições pré-definidas, o tacto deixa de ser um sentido para se reverter numa necessidade, deixo de respirar oxigénio para respirar a tua presença...
Não me quero distanciar da tua rota, pois é ela que órbita no meu cosmos interior.
Não quero desperdiçar palavras, enquanto tenho beijos a transbordar dos meus lábios...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Ricardo Araújo Pereira


Já é o segundo texto que escrevo sobre o Ricardo Araújo Pereira e reafirmo o que disse anteriormente:

Este homem é um Senhor...

Foi um prazer tê-lo recebido na Fnac de Braga, onde apresentou o seu livro, Boca do inferno.
Obrigado e volte sempre...

Eternidade em nós


Escrevo-te com singelas palavras em mim, frases feitas de sentidos por tocar, de gostos por revelar.
Adoram-se as almas em laços ternos de suave cetim, profundo instante em que te amarras em mim.
Amam-se os corpos solvidos na paixão que o tempo não pode apagar, no abraço terno sem pensar.
Não há noite como a tua, não há dia em que não sejas única e exclusivamente minha...
Não há música que não te toque, com os dedos que são meus. Danças, soltando o corpo, numa imagem que fixo na memória do tempo...
Sigo-te na cadência dos teus movimentos, acompanhando-te sem te tocar, meu corpo persegue o teu, sem se encostar.
Somos vida, luz e cor, como raios de um único sol...
Somos água quente e fria, que se tempera na fusão das paixões...
Somos tudo, somos nada, mas ainda assim não podemos deixar de ser...
O nós espera pelo tu, pelo eu, para que juntos possamos completar o caminho para a próxima eternidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Preso num momento


Dizes palavras para mim como prendas preciosas que guardo no coração.
Carrego-te no colo, protegendo-te de todos os vendavais, chuvas e tempestades que na vida alguma vez te assolaram...
Protejo o teu corpo com o meu corpo, cobrindo-te com o calor de um abraço, sentindo-te aconchegar-te a mim, afastando quase por completo o frio da noite...
Neste equilíbrio instável de corpos enrolados aprendemos aos poucos a partilhar-nos...
Saboreio cada pedaço teu como se fosses eu...
Sinto cada bater do teu peito como se fosse o meu...
Absorvo o frio das tuas mãos, convertendo-o no calor ardente de um crescente sentimento...
Nesta nova formula de sentir, os corpos são invólucros que sustentam os sentidos e estes ganham forma abandonando o abrigo para se tornarem dependentes.
Criamos o próprio Universo à nossa medida, semeamo-lo de estrelas perdidas e sentamo-nos de mãos dadas na varanda, a contemplar a luz que das janelas irradia...
Sentir-te assim, embrenhada em mim, é como ser tu, é como seres eu em ti, naquele abraço enrolado, eterno, sem fim, preso naquele momento e acreditar...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Coração confuso


Revisito os céus, numa procura incessante da minha alma gémea...
Pergunto-me, na brisa do vento:
"Serás tu?"
Olho cada estrela tentando ver-te no seu brilho, no seu jeito de cintilar...
Abraço-te com longos braços de escuridão, salpico o teu céu de pequenos brilhos, letras perdidas em palavras em mim na imensidão desta noite...
Escutas as minhas dúvidas, percebes os meus receios, descobres os meus segredos...
Tu, menina, infinitamente doce.
Cresces comigo, lendo nos mistérios das palavras em mim, respostas que levantam novas dúvidas, certezas que fazem caminhar em direcção ao incerto.
Palavras em mim que devo usar para entender aquilo que procuro, aquilo que descubro no seio da noite escura.
Há perguntas que não se respondem, pois ainda antes de as formular já começo a sentir a resposta, dentro de mim...
No entanto tenho medo...
Medo de me ter enganado e estar a caminhar à deriva em direcção ao nada, fugindo de tudo...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Escrevo-me de novo


Escrevo e rescrevo as palavras em mim que se soltam no meu peito...
Estes meus versos são feras indomáveis, gritos que ecoam pelo tempo árido e seco em que vivo, são tórridos pensamentos que emanam esforço e magia.
Olho pela janela como quem olha com o coração...
Procuro a realidade atrás deste meu mundo imaginário, abraço qualquer sinal fugaz de motivação que ecoe em minha visão...
Vejo ou penso ver, não é significativa a acção, o que me faz mover o intelecto em espasmos de ansiedade e devoção...
Floresce em meu peito a vontade, a inércia necessária à escrita, à minha escrita, ao meu estilo, à minha expressão, à minha liberdade, à minha essência, às palavras em mim, concluo eu...
Escrevo porque padeço de essência, de movimentos figurativos e personificados do real, de personagens fictícias do meu eu quotidiano, escrevo porque sou um predestinado à revolta emocional, à liberdade libertadora.
Escrevo porque estou vivo...
Abro este meu caderno empoeirado, com a sua capa grossa que esconde as paisagens que pintei no passado, os sentimentos simulados num sufrágio emocional...
Revivo a memória esquecida e aprendo o que já assimilei...
Espero que as horas se sucedam com a mesma liberdade que um dia idealizei...
Abro, leio e volto a escrever-me...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Linha do tempo


Recordações de um passado presente,
Em que tudo me magoa
Até mesmo o que me transmite felicidade...
Magoa...
Existem dores da alma, angustiantes
Que me reduzem a um ser fraco, perdido, entorpecido.
Estou num desses dias, talvez...
Não olho para a rua, para o sol,
Para não deixar que me distraia de mim mesmo.
Entrego-me à escrita...
Covardemente fugindo...
Ignoro tudo e dói-me o peito.
Não quero nada,
Não prefiro nada
E não consigo fugir.
Deu-se em mim uma paragem,
Suspendi-me do sentir,
Do pensar,
Do querer...
Escrever é a única forma de expressão para o exterior.
Deixei cair das mãos aquilo que sou,
Ou fui...
E deixo que o acaso faça em mim
Esquecer as vontades perdidas algures neste labirinto,
Que são meus dias,
Agora enormes,
Ausentes,
Nesta minha eternidade em estado de meia alma.
Recordar dói...
Faz sangrar a ferida mal curada,
Abre portas para a desilusão estampada
Em caras de pessoas não amadas,
Esquecidas
Ou simplesmente indesejadas....
Recordar dói,
Senti-lo muito mais,
Vivê-lo é desesperante
E no entanto, não me furto da culpa que me entope,
Das certezas que sempre soube ter,
Como o poderia ter evitado
Se não tivesse subestimado o alerta da intuição
Que me fez olhar-te de forma diferente.
Agora,
Lastimo a falta de força que me assolou
Quando a direcção correcta seria oposta,
Àquela em que decidi rumar....
Tonto,
Docemente tonto
Quando me deixei apaixonar...
Mas...
Sabem que mais?
Faria tudo novamente...
É quando o passado toca o presente
Que percebemos o significado da vida...


Dezembro

Será que este é o meu mês?