segunda-feira, 19 de maio de 2008

Pérola


Na caligrafia das palavras em mim, nascem silêncios, pausas, lamentos que trespassam o céu azul e a noite escura, adormecendo no horizonte sobre as águas do mar.
Crescem na brisa, voam na ventania, correm velozes em plena tempestade, como sinal de completa catástrofe.
Ouve-se no vazio um som, um grito abafado, uma voz rouca que chora, um pranto amplamente calado.
Perdem-se as palavras em mim no oceano profundo, afogando a esperança consigo, levando na alma a dor que rasga o peito em mil tormentos.
Sentem na pele arrepios, na boca amargo fel degustam, mas lá fundo no meio do mar, encontrarão o seu tão desejado lugar.
Adormecem de olhos abertos, como se sonhassem acordadas, vendo-te como pérola em sua concha, imaginando quem és...

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