quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal


A todos os que regularmente visitam as palavras em mim, ou que por mero acaso aqui chegam, desejo um Feliz Natal, com os votos de que todos os vossos sonhos e desejos se realizem.
Os meus sonhos, esses são hoje realidade, para isso basta apenas acreditar...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Escrito no teu olhar


O negro da noite dá cor a este cenário como se fosse magia, como se quisesse esconder a paisagem em redor.
A manhã aproxima-se e tu aconchegas-te ao meu corpo como gotas de orvalho sobre as pétalas de uma flor que teima em sobreviver ao Inverno.
Sonho, sentindo as mãos geladas e o olhar perdido por entre sombras e vultos.
Sigo sem rumo algum, sabendo que não o faço sozinho, sabendo que me segues, com o olhar atento que me ofereces.
Percorro o mundo dos sonhos, rodeado de multidões invisíveis, de gentes desconhecidas, sem rostos, mas não tenho medo, porque sei que te trago pela mão. Passeamos juntos como crianças em idade da adolescência.
Nesta bruma descortino as palavras escritas no teu olhar, que fixamente me observa, como se nunca me tivesses visto neste sonho tornado realidade e, adivinhando as próximas palavras em ti, segredo-te ao ouvido:
"AMO-TE"

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Nas páginas do nosso livro


Trago comigo o livro que estamos a ler e sento-me a teu lado.
Sinto as tuas mãos nos meus cabelos, como brisa deste fim de tarde que me afaga a alma.
Abro a página e começo, encarnando a personagem, narrando esta paixão, amor, com toda a emoção que se sente em cada letra pronunciada.
Tu, contemplas o horizonte, sentindo o perfume do incenso , absorvendo cada palavra em mim que te leio, como se fosse um toque suave na tua pele.
Dás-me a mão, como se quisesses entrar comigo nesta história, como se sentisses que este romance é teu.
Olhas-me e vês que estou de olhos fechados, mas continuo a falar, já não estou a ler, mas continuo a contar a história que cada vez mais é tua, nossa.
O livro resvalou-me da mão e caiu sobre o soalho de madeira. Já não estamos ali, nenhum de nós, deixámos os corpos ficar, e partimos juntos capítulos fora, viajando nos braços um do outro, nas páginas do nosso livro...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Beija-me


Vem, senta-te a meu lado.
Segura a minha mão, encosta a tua cabeça no meu ombro e ajuda-me a escrever.
Deixa nossas mãos percorrerem as linhas em branco de um futuro ainda por realizar. Escreve comigo o presente, o nosso presente.
Diz-me com que letras escreves as palavras em ti e mistura-as com as palavras em mim numa amalgama de sentimentos, de emoções reais jamais imaginadas por nós, em nós, nas palavras em nós.
Faz de nós sujeito na conjugação do verbo amar, personagens principais desta história de encantar.
Conta-me com que cores pintas o sol que amanhece todos os dias e fala-me da lua que nos embala em noites de sonhos realizados.
Descreve-me o turbilhão de sensações que percorrem os nossos corpos unidos pelo sentimento.
Canta-me letras de músicas de amor, ritmadas pelas batidas dos nossos corações acelerados.
Quero que me digas tudo o que pensas, o que queres, o que sonhas e, sobretudo, quero que me digas o que sentes.
No entanto, não o digas já.
Agora, apenas cala-te e beija-me...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Folhas de Outono


Folhas de Outono voam perdidas,
Arrancadas pelo feroz vento.
Voam secas, castanhas,
Apodrecidas pelo tempo.
Folhas de Outono esquecidas,
Separadas de suas vidas.
Em montinhos arrumadas,
Ou sozinhas afastadas,
Folhas de Outono caídas,
Tristes, abandonadas.
Sou folha de Outono por ti colocado,
Nas páginas do teu diário sagrado.
Vivo por entre as palavras em ti,
A sete chaves guardado...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Negra noite


Vagueando por ruelas frias e hostis, onde se escondem vilões de filme de terror, seguia meu corpo desprovido de desejos, abandonado pelo amor e os sonhos roubados.
Havia perdido a fé, a esperança num amanhecer solarengo, há muito que as palavras em mim se escreviam a carvão negro, em paredes sujas e vazias de sentimento. As palavras em mim mal se viam, mal se ouviam, mas persistentes como sempre lá foram sobrevivendo.
Porém, foi na mais profunda penumbra, no mais escuro negro que encontrei inesperadamente o conforto que minha alma buscava.
Por entre os edifícios deste beco sem saída, de olhos postos no céu sarapintado de estrelas, encontrei-te. A ti, a estrela mais brilhante de todas, rasgando os céus desenhando um sorriso na negritude da minha vida.
Havia caído, por momentos mal consegui rastejar, mas agora voo de asas abertas nesta negra noite, envolto no carinho do teu sorriso.
Afinal, o negro também é uma cor...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Purgatório


Vejo os primeiros raios de sol pela manhã, porém ainda vejo os vultos que se escondem nos becos sombrios.
Vejo o passado e o futuro, o antes e o depois.
Vejo o preto e o branco, mas também vejo o cinza claro e escuro.
Vejo a força destrutiva da água e a sede que ela mata.
Vejo as labaredas do fogo do inferno, ou o calor reconfortante de uma lareira.
Vejo o dia e a noite, os sonhos e os pesadelos.
Vejo esperança e desespero, a relação do amor ao ódio.
Vejo a sinceridade de um sorriso e a ironia das lágrimas.
Vejo a cara e coroa, as duas faces da mesma moeda.
Vejo homens com medo da luz, outrora crianças com medo do escuro.
Dualidades de um mundo complexo pela sua simplicidade, perfeito pelas suas imperfeições.
Mundo que vejo, com estes olhos que ele próprio há-de comer...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Escurece lá fora

Olho pela janela cerrada,
Nuvens negras se aproximam.
Escurece lá fora,
Escurecem olhares e sorrisos.
Dias de chuva a fio surgem galopantes.
Lágrimas que as nuvens soltam,
Tempestades que se instalam.
Escurece o dia lá fora,
Apenas raios de luz rasgam os céus,
Revelando a fúria dos deuses.
Trovões fortes abalam a terra,
Como tiros de canhões ferozes.
A noite toma conta do tempo
E o dia escurece lá fora...



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Nenhures


Procuro um lugar que não existe.
Um lugar onde o sol e a lua brilham com a mesma intensidade, iluminando o meu corpo, envolto em sombras que me abraçam.
Um lugar sem preocupações nem responsabilidades, sem tarefas nem horários.
Um lugar sem terra nem céu, sem princípio nem fim.
Um lugar sem vida nem morte, sem multidão nem solidão.
Procuro um lugar onde as palavras em mim são a única lei, o único desejo, são o juízo final.
Procuro um lugar que seja só meu...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Azul


Os astrónomos descrevem-no como céu,
Os pescadores chamam-lhe de mar,
As crianças pintam-no com lápis de cor,
Os pintores com aguarela,
Os poetas escrevem-no com todas as letras,
E eu?
Eu faço-o com um olhar...

domingo, 31 de agosto de 2008

A ilha


Preso numa ilha.
Foi assim que passei o mês de Agosto.
Uma ilha em que as palavras em mim se repetiram, uma, duas, três, demasiadas vezes...
Na janela batiam gotículas de água caídas dos céus, choradas por um Agosto de nuvens lacrimejantes.
Agosto tristonho, monótono, sem cor, nem calor...
Agosto preso numa ilha, sem o merecido descanso do guerreiro.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Proximidade


A inicio trocas de olhares tímidos, leves carícias que afagam a alma e nos preenchem por completo.
O toque sedoso da pele, os perfumes que se fundem, criando uma nova fragrância.
Dois corações que batem no mesmo compasso, como se fossem um só.
A cumplicidade, o desejo mútuo, a fome de beijos, a sede de carinho, a amizade suprema.
Palavras em mim nos aproximam em momentos de felicidade...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Super Blog Awards 07/08



Está aberta a fase de votação para melhor blog nacional.
Se acharem que este vosso cantinho merece um voto, podem fazê-lo, é já aqui ao lado...
Obrigado...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Prisioneiro


A confusão contorce a minha mente ferozmente.
Uma réstia de esperança ilumina a escuridão dos meus pensamentos e, por breves instantes, me liberto desta guerra, a que chamo de Vida.
O veneno da dúvida escraviza o cérebro, apenas resgatado na realização da escrita de palavras em mim...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Contradições


Amamos o impossível,
E pelo impossível choramos...
Amamos a noite,
E pela noite dormimos...
Amamos o dia,
E pelo dia trabalhamos...
Amamos a vida,
E pela vida morremos...
Que mundo é este em que tudo parece estar ao contrário?

sábado, 5 de julho de 2008

Virtude


Há palavras que nas mãos de alguém, mais não são do que afiadas navalhas que nos fazem esvair em sangue.
Porque caímos muitas vezes no erro de falar com o coração ao pé da boca, sem pensar nas consequências do nosso discurso?
Poderá haver pior sentimento do que cair na realidade de que errámos em algum momento?
Seremos dignos do dom da palavra, quando o usámos para magoar o próximo, sem que isso se justifique?
Lembrem-se, as desculpas não se pedem, evitam-se.
No entanto, a vida dá voltas e voltas, nunca sabemos que face da moeda nos pode cair em sorte, mas é no acto de perdoar e recomeçar de novo, que reside a verdadeira virtude...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mar de palavras em mim


Porque avanças furioso sobre os grãos de areia?
Qual a razão da tua ira?
Porque atemorizaste aqueles que em ti se aventuraram em busca de novos mundos?
Quantas mais vagas serão necessárias até que chegue a calmaria?
Que fúria é essa que te faz avançar e recuar, sem deixar uma palavra de carinho?
Mar, se eu fosse como tu, as palavras em mim estariam perdidas e o meu mundo sem sentido...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Intemporal


O dia e a noite são ciclos que marcam um quotidiano. Entre eles há momentos, amanheceres, entardeceres, luz e escuridão, mas é sempre dia em algum lugar.
Mesmo que não vejamos a luz do Sol, haverá sombras onde haja luz porque neste equilíbrio universal não há dia sem haver noite, não há sombra sem haver raios de luz.
Intemporal é o que está para além do tempo, e mesmo nas pedras gastas das calçada se caminha rumo ao futuro...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Relógio de sol


Voltou o sol quente a repousar no meu rosto, raios de luz que iluminam meus dias que passam cada vez mais devagar, onde o sol teima em ficar lá bem no alto, muito para além do meio-dia. Recusa-se a abandonar seu trono, teimando em permacer altivo, soberano, exibindo sem pudor a sua coroa de ouro reluzente.
Chovem dos céus gotas de luz, partículas de calor que fazem tudo e todos caminhar mais lentamente.
As sensações e emoções fervilham nas veias, tudo parece ganhar um brilho diferente, que nos faz parar para olhar, sentir e recordar tudo aquilo que as palavras em mim disseram em momentos de felicidade.
O passado lembra-nos quem fomos, o futuro fará de nós inesquecíveis e cabe-nos a nós próprios escrevê-lo, no final de contas, apenas meio dia passou, outra metade ainda está por passar...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Madrugada


A noite acaba e fico calado, quieto...
Deixo o silêncio amadurecer tudo aquilo que disse, que escrevi e deixo as palavras em mim ganharem saudades de mim, de ti, de alguém...
Paro, deixo os dedos repousar sobre as teclas gastas do computador. Paro para olhar, de olhos fechados, deixar de sentir na escuridão da noite.
Simplesmente paro, para respirar...
Paro de ouvir, por entre o ruído do dia, na calada da noite, as vozes que choram e sonham com paradigmas perdidos.
Paro para pensar, para deixar de sonhar...
Paro no meio da rua, sem temer o atropelo das massas, paro entre as árvores do jardim, para apreciar a natureza, a realidade que os meus olhos observam...
Guardo as palavras em mim que ainda sobram, acomodo-as no baú da minha alma, onde guardarão a saudade, o sonho e a utopia envoltas em papéis envelhecidos.
Deixo o corpo seguir nas ondas da vida, entregue às correntes deste oceano de gentes que flui de um lado para o outro sem saber para onde ir...
Deposito os sonhos, num barco de papel, rumo a lado nenhum, esperando que a fraca consistência da embarcação, não os faça naufragar.
Amarro as palavras em mim, fechando as mãos para que não me fujam para lugar nenhum, necessito delas para parar e olhar o futuro que nasce a cada madrugada...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Labirinto


Um ligeiro espaço em branco num início de um parágrafo.
É assim que me sinto, perdido na realização da escrita, no instante anterior à primeira maiúscula...
Fogem-me os nomes e os verbos, já nem consigo conjugá-los e a acção parece ter abandonado o sujeito.
Encho o peito de ar, o coração de esperança e lentamente começo a caminhar nestas linhas, sendo agraciado pela percepção de que, tanto na escrita como na vida, o importante não é procurar, mas sim encontrar...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Até ao fim...


Pergunto-me se existes, tu que, como fonte de água viva, brotas do seio da terra virgem, imaculada e fresca, matas-me a sede, que a boca quente ansiava por ter.
Corpo do meu texto, livro aberto onde te descrevo.
Fôlego que me invade de oxigénio, levito, pairo como ave suspensa sobre o firmamento, brilho de estrela, lamento.
Palavras em mim que vestem o teu corpo, nu, que aqueço em mim, retrato desenhado da tua pele, ou, simples saudade que a palavra descreve.
Distância que te trás perto, lugar estreito, rumor que se propaga pelo Universo.
Final, antecipadamente anunciado, abraço, apertado.
Neste lusco-fusco, neste quarto, onde todas as noites és sonhada, jardim, perfumado de essências, lugar sagrado.
Esta noite sou um cântico, voz dos poetas, música celeste que em teus sentidos remexe.
Quebro o silêncio, invado-te com mil palavras em mim, trazendo a luz, criando as sombras que atrás de ti se escondem.
Tu és o livro que a cada dia escrevo e preencho de palavras em mim, até ao dia em que me faltarem páginas, ou o ar que respiro...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Pérola


Na caligrafia das palavras em mim, nascem silêncios, pausas, lamentos que trespassam o céu azul e a noite escura, adormecendo no horizonte sobre as águas do mar.
Crescem na brisa, voam na ventania, correm velozes em plena tempestade, como sinal de completa catástrofe.
Ouve-se no vazio um som, um grito abafado, uma voz rouca que chora, um pranto amplamente calado.
Perdem-se as palavras em mim no oceano profundo, afogando a esperança consigo, levando na alma a dor que rasga o peito em mil tormentos.
Sentem na pele arrepios, na boca amargo fel degustam, mas lá fundo no meio do mar, encontrarão o seu tão desejado lugar.
Adormecem de olhos abertos, como se sonhassem acordadas, vendo-te como pérola em sua concha, imaginando quem és...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Palavras perdidas


Os últimos dias têm sido marcados pela constante procura de palavras em mim.
Procurei-as em todo o lado, olhei nas profundezas em que navega a minha alma, vasculhei também nos meus mais íntimos pensamentos, busquei-as nos seres que me rodeiam e no ar que respiro...
No entanto era uma procura inglória, as palavras em mim não surgem porque quero, não acontecem porque alguém as pede, muito menos quando são forçadas a nascer.
Ao invés, as palavras em mim procuram a luz do dia, apenas e só, porque são a minha própria essência...
Um ser vivo, por vezes perdido na ânsia de te encontrar nas entre-linhas das palavras em mim...

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Mundo ao contrário


É na escuridão da noite que as palavras em mim ganham forma, como se no branco da tela se revelasse o negro do carvão em traços rasgados pela escrita.
Hoje são apenas uma miragem, não existem, apenas as invento no universo da minha alma. Ontem foram quase realidade que toquei com as pontas dos dedos sem ser capaz de as possuir.
O verbo, reflexo visível da acção da alma é em si, jardim de um paraíso perdido atrás nos tempos de um pretérito imperfeito.
Deslizo sobre o papel imaculadamente branco, adivinho nele palavras em mim que nascem ali, em curvas perfeitas, em traços suaves, criando formas que sei não existirem, mas que acredito poder sentir.
É assim, neste mundo de fabulosas ilusões que me recrio, dia após dia, noite após noite, como se o tempo não passasse de um círculo fechado onde tudo começa, onde tudo o resto acabou.
Esvaio as palavras em mim em frases cheias de nadas, embaladas pelo silêncio suave que se impõe quando percorremos sozinhos e descalços o deserto da nossa própria solidão, envoltos num mar de gente que nos é completamente indiferente.
Por vezes parece que fazemos o mundo girar ao contrário...



quinta-feira, 24 de abril de 2008

Enterro da Gata 2008

Revelado o cartaz das monumentais festas do Enterro da Gata 2008. Tudo bem que não é um cartaz de sonho, certamente o apertado orçamento não o permite, mas mesmo assim foi o possível. No meio disto tudo, o mais importante é mesmo o espírito destemido de desbravar aquele terreno de terra e lama, na companhia dos irmãos de curso e brindar com o néctar dourado dos Deuses...

Alma


Mais não sou que um suspiro sem fôlego…
Sonho sem sonho,
Vida sem vida…
Espírito livre que voa sem destino…
Imagem reflectida em cada lágrima caída,
Em cada lagoa de um olhar perdido.
Imagem de quem não sou...
Corpo sem corpo,
Coração sem coração…
Pensamento que não pára…
Sensação de vazio que somente é o vazio.
Vazio que o tempo não dá tempo
Para preencher o que sou...
Sou apenas uma alma sem alma…

quinta-feira, 17 de abril de 2008

De pequenino...


... é que se torce o pepino :)

Batida


O dia renasce com lágrimas de chuva e o mundo parece tão frio, tão vazio…
Olho as ruas que reflectem o cinza das nuvens e deixo o pensamento vaguear...
Tudo tinha magia quando as palavras em mim eram feitas de sorrisos. Os sonhos nasciam nas pontas dos dedos, baseados nas telas que o pensamento pintava de azul.
Havia ilusões que se criavam e faziam a alma voar, havia vontade de segredos, de desvendar mistérios e de construir enigmas com os sentidos…
Houve tempos em que o silêncio era uma dor e logo o som calado das palavras em mim escritas enchiam páginas de sentimento.
As lágrimas de chuva escorriam pela janela, escondidas pelo desejo de dar carinho, mascaradas pelos raios de sol que os sorrisos traziam.
Sinto falta de ser embalado pela batida de um coração de palavras em mim feito, escondido nos recantos da alma.
Sinto falta de todos aqueles ritmos e sons, que mesmo estranhos, eram aqueles que faziam o dia brilhar…
Eram os que faziam os sonhos encher as noites de solidão…
Saudade daquilo que senti, usando as batidas que as palavras em mim me davam…

terça-feira, 15 de abril de 2008

Defeito borboleta


Tudo o que deixamos por fazer num determinado momento pode impedir a realização de futuras situações que tanto ambicionamos.
Por vezes é necessário agarrar a vida pelos colarinhos, olhá-la nos olhos e simplesmente arriscar. É certo e sabido que a voz do povo apregoa que "Quem tudo quer tudo perde", mas não é menos verdade que "Quem não arrisca não petisca".
É tudo uma questão de definir ambições, fazer uma pausa para inspirar profundamente e gritar a plenos pulmões "Que se lixe, ou sim ou sopas"...
Enquanto esperamos pela oportunidade certa, uma série de oportunidades tidas como erradas, ou menos certas, passam diante dos nossos olhos, sem que consigamos fazer nada.
Por isso o melhor será não esquecer que alguns dos mais extraordinários perfumes são retirados de flores com espinhos...

Esperança


Palavra que conheço plenamente.
Percebo cada reacção inconsciente que a esperança me revela, quando me olha, quando me sente...
Entendo, como ninguém a essência da sua génese. Conheço-a de todos os ângulos, vivo-a em todos os tempos e desvelo em si o cântico das aves quando estou sozinho.
Sei encontrar em si as fontes que jorram a inspiração mais inconfessável do seu ser, os sonhos mais loucos, as fantasias mais secretas...
É-me translúcida como a água que brota da fonte, como o vento que trepa a montanha, como a luz que corta as gotas de água da chuva num arco-íris de cores.
É nela que adormece o meu espírito e onde mora a minha alma, o caminho para o seu jardim secreto.
Conheço-lhe as letras, palavras que forma com os sentidos que agarrar em cada encontro com as palavras em mim...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Troca de mimos

Muita discussão se tem gerado em torno do sucedido na escola Carolina Michaelis, onde uma aluna agride a docente, por esta se recusar devolver o telemóvel, entretanto apreendido.
No entanto, e para limpar a imagem dos alunos, outros há que tratam com muito carinho os seus professores.
Se não acreditam, vejam a troca de afecto demonstrada no seguinte vídeo.

domingo, 6 de abril de 2008

Estilhaçado


A percepção da realidade
Traz-me cada vez mais
O cansaço da amargura.
Cobre a minha pele
Com uma película transparente,
Mas enganadora.
Sinto que a todo o instante
Uma bala pode se atravessar
No meu peito
E fazer estremecer o mundo
Onde somos tão frágeis.
A dor é página de livro
Que se rasga de nós
E nos larga aos pedaços
No meio da rua...

Planeta Azul


Futebol Clube do Porto, TRI Campeão Nacional 07/08.

sábado, 5 de abril de 2008

Caminhando no escuro


A escuridão é agora o lugar onde me escondo, as sombras são a companhia que me abraça e o silêncio o ombro amigo que me ampara...
Não voo já no espaço aberto da noite, não conduzo na ponta dos dedos os sonhos, não ilumino os céus porque meu olhar perdeu por momentos o brilho...
Hoje a noite é apenas um espaço entre dois dias.
A ausência de palavras em mim deixa muda a voz que não se propaga, a racionalidade invade o corpo, aprisionando a alma em seu interior, hoje perdi a liberdade de voar, deixei as convicções caírem e os sonhos dormiram e não mais despertaram.
Pergunto-me onde estão os sentires, a essência do amor, a paixão dos instantes em que nos oferecemos...
Pergunto-me como podemos perder-nos e não mais nos encontrarmos...
Não sei onde estou, perdi a noção de lugar, de tempo, deixei o vazio vestir o meu corpo, deixei a solidão tomar de assalto a minha alma mergulhando o espírito nas águas gélidas do sono profundo.
Hoje sinto-me só, caminhando no escuro...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pinóquio


Tendo em conta as inúmeras manifestações de tristeza e prematuro saudosismo, e antes que uma multidão se mobilize com o propósito de me dar tau-tau, a noticia avançada ontem, dia 1 de Abril, sobejamente conhecido como sendo o dia das mentiras, a mesma foi, de facto uma pequenina mentirinha.
Ou pensavam que estavam livres da minha veia brincalhona?
É então, para júbilo próprio e, modéstia à parte, vosso também, que anuncio que o blogue não vai acabar, pelo menos nos tempos que se avizinham.
Enquanto houver palavras em mim, nada me irá impedir de continuar a escrever.
Posto isto, espero que me desculpem a mentirinha e cá estarei para vos receber de braços abertos neste meu humilde cantinho.
Para aqueles que me ameaçaram de porrada, só tenho um pedido a fazer:
Paz e amor, sim?

terça-feira, 1 de abril de 2008

O fim


Chegada a última página de um livro de palavras em mim escrito, é tempo de parar e reflectir sobre tudo o que foi escrito, pensado e principalmente sentido. Palavras escritas por vezes em letras garrafais nas paredes, onde todos as pudessem ver, outras vezes escondidas nas entre-linhas de um parágrafo...
A todos agradeço a simpatia de visita, a amabilidade dos comentários e a amizade que me foi transmitida.
É tempo de partir.
As palavras em mim chegam ao fim...

segunda-feira, 31 de março de 2008

Lágrima partilhada


Escorre no rosto
Por causa de alguém,
Por causa de um desgosto
Ou devido a ninguém...

A lágrima singela,
A pura e a agreste,
A sorridente e bela,
Ou a minha de azul celeste.

Entre as pálpebras fechadas
Fruto de uma dor
Conchas salgadas
Abertas em flor.

Nuns olhos abertos
Feitos de loucura,
Roubados ou espertos
Num frenesim de ternura.

Minha mão no teu rosto,
Na minha face a tua,
Admirar-te num posto,
Sentinela da lua.

No meu peito fechado,
Uma lágrima perdida.
Músico alado
Com timbre de vida.

A lágrima tem duas pontes
Que são braços ao redor
Que te abraçam em fontes
Ou num espaço muito menor.

Podes ver-me chorar
Posso limpar-te a face...
Esta pura forma de amar
É amizade sem desenlace...

quarta-feira, 26 de março de 2008

Branco


Minúsculas gotículas incessantes de água gélida caem do céu, encharcando-me até aos ossos este corpo, que mais não faz do que deslocar-se do ponto A ao ponto B.
Massa em movimento, seguindo as leis da física, contrariada por escassos momentos de pensamento, supostamente de cariz existencial.
No entanto a massa cinzenta é cada vez mais pintada de negro. Sufocada pelo vazio de pensamentos coloridos.
Aos poucos vou perdendo a capacidade de pensar a Arco-Íris. Já não vejo jardins de sonhos, nem lhes sinto o perfume.
Negritude apenas interrompida por esbranquiçados sorrisos daqueles a quem quero e me querem bem.
É então que caio na realidade...
Afinal não é tudo assim tão mau...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Realizar sonhos


As palavras em mim seguem a corrente do sentimento, como um rio que se deixa levar, por entre montes e vales, contornos que me oferece a nudez pura da minha própria alma...
Sigo as letras que nunca foram escritas, em cartas nunca enviadas, onde o prazer se deita sobre o papel, como corpo despido sobre o leito.
Páginas de vida fluem rumo ao mar onde cantam sereias, sentido intenso, desejo imenso...
Aqui sentado na praia da vida, olho o horizonte, onde os sonhos se colam à realidade, onde o mar se encontra com o céu. Sinto na brisa o seu canto, som de uma voz que desconheço...
Tenho saudades um beijo, da doçura de uns lábios que não conheço...
Suspiro...
Tenho saudades do perfume de um corpo, que nunca senti como meu...
Parece impossível saber, sentir, ou mesmo sonhar como serás, sem nunca te ter feito minha, mas a realidade é que muitas vezes o sonho traz as memórias de vidas que nunca conheci.
Espero o tempo chegar ao fim, quando o dia houver terminado, quando a vida for capaz de trocar os sonhos por um pedaço de realidade...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Dia do Pai


Um herói da vida real...

segunda-feira, 17 de março de 2008

A origem do nome...


"Pedro é uma personagem complexa, introvertida e apaixonada.
Este grande ambicioso, que gosta de manter uma certa distância dos outros, acha que pode realizar-se através da sua diferença, sem concessões, contra tudo e todos.
É corajoso, obstinado, um bom estratega, difícil de apanhar em falta. É muitíssimo exigente, tanto consigo como com os outros, critica sem indulgência e a sua obstinação raia por vezes a teimosia.
Mas Pedro tanto pode demonstrar uma energia incessantemente renovada como aplicar essa mesma energia para se auto-destruir.
Quando os seus talentos estão de acordo com os seus gostos e possibilidades da época tem tudo para se tornar um ser invulgar.
Pedro pode ser um aprendiz de feiticeiro, um explorador de verdades, um herói carismático que traz sempre alguma luz a este mundo de sombras..."
in Nomes Próprios, Ana Belo

domingo, 9 de março de 2008

Anjo sonhador


Adormeço, sobre o leito dos sonhos, qual anjo caído dos céus...
Meu corpo não me pertence, entreguei-o há muito tempo, partilhei-o com a terra.
No entanto, minhas asas são apenas e só, minhas...
Minha alma voa nos ventos que me atravessam o corpo e seguem muito para lá de onde a vista alcança...
Sou ave, preso numa gaiola imaginária, amarrado a mil teias que me mantêm, restringindo-me os movimentos. Por isso quando a noite vem, dispo o meu corpo, solto a alma e sigo rumo às palavras em mim.
Sentado, na beira do riacho, vejo flutuar em cada folha caída, vidas que passam sem se deter, na corrente do dia-a-dia.
Espero pela vida e deixo-a passar, abrandando-lhe o passo, quero ficar presente, mais um instante aqui...
Quero marcar a vida com palavras em mim, deixar o meu nome escrito na areia, mas depois o mar as faz partir...
Estranha forma de viver, momento em que saio de mim, como quadro eterno de um instante que parei no tempo...
Uma pausa...
Para me olhar enquanto a vida passa...
Ao céu chegarei, anjo me tornarei, e a cada noite virei à terra contemplar o céu, tentando adivinhar qual das estrelas carrega o brilho do meu olhar.
E, ainda que seja apenas um sonho, estarei lá, para acordar da realidade, quando o momento de sonhar, chegar...

E lá vão 26...


9 de Março de 1982, parece que foi ontem, mas já passaram 26 anos desde esse dia.
26 anos de uma história longe de estar completa, uma história repleta de palavras em mim, que se revelam uma letra de cada vez...


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Comunicado


Caros leitores,
Por motivos técnicos não me tem sido possível actualizar o bolgue com a regularidade a que vos habituei.
Quero desde já agradecer a preocupação de alguns, mas estejam descansados, o blogue não vai acabar ;)
Prometo, que assim que as dificuldades estejam ultrapassadas, as palavras em mim voltarão com toda a força e sentimento que lhe são características.
Até breve...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Criatura


Não sou mais que uma mera criatura, perdido neste mundo cada vez mais desumano...
Sou apenas mais um ser humano ciente que tenho na minha existência a capacidade de admitir que estou errado e que estou certo.
Sou ainda mais humano quando duvido sobre os meus erros e certezas...
A dualidade da minha força estende-se ao facto de conseguir, eu próprio, enfrentar as adversidades da vida...
Sorrio porque ao contrário de muitas outras criaturas, eu sou dono do meu próprio destino...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Estrelas de Fevereiro


Varrem os céus desta noite numa explosão de luz, como se o mar houvesse empurrado a onda contra o cais, como se o vento soprasse uma rajada que leve a areia da praia.
Fogo desperto, erupção constante de sentidos aprisionados, libertados pelas palavras em mim, escritas, sentidas, de um corpo indolente, naufragado no oceano da solidão, por um instante, em pleno turbilhão, se eleva e se faz luz, na plena escuridão...
Abro em mim a caixa de Pandora, segredo escondido que trago na mão, chave mestra que abre o coração e despe a alma...
Planto sementes de letras neste solo fértil, de onde nascem árvores de palavras em mim com força incontida, libertando os desejos, acordando as paixões outrora escondidas das multidões...
Sinto a força, a energia que se desprende, de um corpo despido, prazer contido à espera do segredo, palavra mágica que soltará de mim todos os sentimentos, explodindo num mar imenso de letras feitas de espuma das ondas que a praia abraça...
Sou turbilhão, constante emoção, que em raios de luz percorre o Universo qual fogo de artifício...
Estrelas de Fevereiro em pleno céu...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Apagado


Lavaste-me da tua alma.
Eliminaste cada réstia de sentimento que outrora existiu.
Um passado esquecido, um presente não mais vivido e um futuro abortado.
Quando ainda sobreviviam pequenas lembranças do que já foi, apagaste as palavras em mim, que foram para ti...
Agora mais não sou do que um corpo levado pelo vento...
Mas, sabes que mais?
A única coisa que consigo fazer é esboçar um sorriso irónico...
Apagaste-me quando na realidade eu já estava apagado...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Grito na noite


Confundo-me na escuridão da noite,
Minha alma grita por dentro
E ensurdeço neste vazio.
Escuto vozes à minha volta
Que soltam palavras sem sentido.
Vejo sorrisos tristes,
Solidões acompanhadas...
Que me rodeiam,
Que me assombram,
Memórias de quem um dia, já fui.
Pergunto onde perdi a alma,
Poderei regressar?
Voltar a sentir-me como um todo,
Juntar todas as minhas peças,
Sentir-me completo...
Perco-me nas ruas escuras,
Que me levam sempre a lado nenhum...
Sozinho fico,
Perdido numa rua negra,
Onde todos me olham,
Mas ninguém me vê...

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Piano sem rumo


Os dedos caminham
Nas teclas de um piano sem rumo...
Sou um ser perdido na imensidão do mundo
Tocam-me partículas mundanas
Que me vão salpicando de vida...
Serei simplesmente eu a fazer de conta?
Quando saberei para onde caminho?
Quando descobrirei o meu sentido,
A minha estrada?
Quando voltarei a ser o ser decidido,
O ser com alma?
A alma aberta para a vida de certezas,
O ser liberto para o mundo?
Sem respostas...
Não sei o que sou,
Nem para onde vou.
Sou simplesmente um ser vagueando
Ao som de um piano sem rumo...

Sozinho


Sinto-me só...
Solidão, uma estrada do interior coberta de pó.
Tudo seco, luz e escuridão...
Ar fresco que não refresca o interior...
Anseio um pedaço de vida que retorne, que regresse a mim.
No entanto não regressa...
Deambulo então por este caminho sem azul...
Sem um final feliz...
Sozinho...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Voa


Empurrado por uma réstia de esperança, parto numa viagem em direcção ao infinito...
Procuro em todas as dimensões, escutar os prantos dos que sofrem...
Deambulo pelas ruas desertas das cidades, pelos portos vazios de barcos, cais de lágrimas que chorámos...
Voo por entre corações quebrados, olhos molhados pela saudade do que não encontrei...
Acariciei o teu rosto, e num sopro, sequei-o, desenhando-lhe um sorriso. Ofereçi-te a minha alma, em troca de doces e meigas palavras. Entreguei-te as letras, metáforas da minha essência para que descobrisses a luz que brilha em meu peito.
Fiquei, abraçando cada desespero, transformando cada lamento em profundo sentimento que te deixei...
Minhas asas aconchegaram o teu corpo desprovido de roupas, apuraram-te os sentidos, reconstruiram-te a alma, com pedaços do meu próprio ser.
Disse-te aquilo que sentia, limito-me a ajudar-te a descobrir-te...
Deixei-te em minhas frases o alento de que precisavas para seguir em frente, a confiança que havias perdido ao longo do caminho e, o teu amor próprio, que não sabias onde o havias perdido.
De feridas saradas, com um sorriso no rosto e asas abertas, tomaste o rumo do vento, e eu soprei, para que ganhasses altura...
Vi-te seguir em frente, até ao fio dum horizonte onde nunca pensastes chegar...
Cansado, e com o despontar do dia a queimar-me o olhar, parti, vazio por dentro, foste tudo para mim, mas caminho agora pleno na alma, orgulhoso por ter-te ajudado a levantar voo, e volto sozinho em direcção ao meu porto de abrigo, concha em que me fecho para repousar, até uma nova noite acordar.