quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Purgatório


Vejo os primeiros raios de sol pela manhã, porém ainda vejo os vultos que se escondem nos becos sombrios.
Vejo o passado e o futuro, o antes e o depois.
Vejo o preto e o branco, mas também vejo o cinza claro e escuro.
Vejo a força destrutiva da água e a sede que ela mata.
Vejo as labaredas do fogo do inferno, ou o calor reconfortante de uma lareira.
Vejo o dia e a noite, os sonhos e os pesadelos.
Vejo esperança e desespero, a relação do amor ao ódio.
Vejo a sinceridade de um sorriso e a ironia das lágrimas.
Vejo a cara e coroa, as duas faces da mesma moeda.
Vejo homens com medo da luz, outrora crianças com medo do escuro.
Dualidades de um mundo complexo pela sua simplicidade, perfeito pelas suas imperfeições.
Mundo que vejo, com estes olhos que ele próprio há-de comer...