sábado, 29 de dezembro de 2007

Quero-te...


Quero olhar-te,
Quero abraçar-te,
Quero sentir-te,
Quero ver o teu sorriso envergonhar o sol,
Quero ver o teu olhar a empalidecer as estrelas,
Quero que povoes os meus sonhos,
Quero que me reconfortes quando tenho pesadelos,
Quero sentir o calor dos teus beijos,
Quero aquecer as tuas mãos frias,
Quero chorar de saudades,
Quero chorar de alegria,
Quero gritar a todos que te quero,
Quero guardar-te numa redoma só para mim,
Quero que gozem comigo e me chamem lamechas,
Quero fazê-los compreender o incompreensível,
Quero cantarolar ingenuamente como um menino,
Quero sentir-me desejado,
Quero esquecer a minha identidade e fundir-me na tua,
Quero sentir-me num sonho demasiado bom para ser verdade e ficar assim adormecido para sempre...
Quero...
Quero-te...
Quero-te a ti e apenas a ti...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Juntos


Gosto de ti
Como se não houvesse amanhã,
Como se nada mais fosse importante...
Gosto de ti
E quero-te sempre,
Corpo a corpo,
Num suspiro profundo,
Nas palavras em mim,
No sorriso constante,
No beijo de saudade…
Quero o teu toque,
Céus como o anseio de novo...
Tuas mãos em meus cabelos,
Teus lábios no meu pescoço,
As tuas pernas enroladas nas minhas,
Os suspiros desenfreados
Entre gargalhadas inocentes…
E este desejo há-de continuar amanhã,
Sei que vou continuar a senti-lo…
Eu e tu...
Os dois juntos…

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Saudade


Ontem já passou e hoje estou feliz...
Estou um dia mais perto de ti...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Palavras para quê...


Sei agora o que sinto, entendo este resplandecente desejo que habita em mim...
Faz-me suar, palpitar, estremecer quando olho para ti...
É um turbilhão dominado, um sentimento valioso glorificado pela sua raridade em toda a minha história...
Subitamente ascende em mim, renasce nos meus lábios, torna os meus olhos em pedras rejubilantes, não sei se pedras preciosas ou banais, mas sei que têm um brilho verdadeiro...
São pequenos fragmentos da lua, não têm luz própria, apenas a reflectem, imitam-na de quem despende tanto sentimento em mim.
Tocas-me e eu vacilo numa penúria de emoções, sussurras-me e eu deliro carnalmente...
Sigo os teus contornos, as tuas feições pré-definidas, o tacto deixa de ser um sentido para se reverter numa necessidade, deixo de respirar oxigénio para respirar a tua presença...
Não me quero distanciar da tua rota, pois é ela que órbita no meu cosmos interior.
Não quero desperdiçar palavras, enquanto tenho beijos a transbordar dos meus lábios...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Ricardo Araújo Pereira


Já é o segundo texto que escrevo sobre o Ricardo Araújo Pereira e reafirmo o que disse anteriormente:

Este homem é um Senhor...

Foi um prazer tê-lo recebido na Fnac de Braga, onde apresentou o seu livro, Boca do inferno.
Obrigado e volte sempre...

Eternidade em nós


Escrevo-te com singelas palavras em mim, frases feitas de sentidos por tocar, de gostos por revelar.
Adoram-se as almas em laços ternos de suave cetim, profundo instante em que te amarras em mim.
Amam-se os corpos solvidos na paixão que o tempo não pode apagar, no abraço terno sem pensar.
Não há noite como a tua, não há dia em que não sejas única e exclusivamente minha...
Não há música que não te toque, com os dedos que são meus. Danças, soltando o corpo, numa imagem que fixo na memória do tempo...
Sigo-te na cadência dos teus movimentos, acompanhando-te sem te tocar, meu corpo persegue o teu, sem se encostar.
Somos vida, luz e cor, como raios de um único sol...
Somos água quente e fria, que se tempera na fusão das paixões...
Somos tudo, somos nada, mas ainda assim não podemos deixar de ser...
O nós espera pelo tu, pelo eu, para que juntos possamos completar o caminho para a próxima eternidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Preso num momento


Dizes palavras para mim como prendas preciosas que guardo no coração.
Carrego-te no colo, protegendo-te de todos os vendavais, chuvas e tempestades que na vida alguma vez te assolaram...
Protejo o teu corpo com o meu corpo, cobrindo-te com o calor de um abraço, sentindo-te aconchegar-te a mim, afastando quase por completo o frio da noite...
Neste equilíbrio instável de corpos enrolados aprendemos aos poucos a partilhar-nos...
Saboreio cada pedaço teu como se fosses eu...
Sinto cada bater do teu peito como se fosse o meu...
Absorvo o frio das tuas mãos, convertendo-o no calor ardente de um crescente sentimento...
Nesta nova formula de sentir, os corpos são invólucros que sustentam os sentidos e estes ganham forma abandonando o abrigo para se tornarem dependentes.
Criamos o próprio Universo à nossa medida, semeamo-lo de estrelas perdidas e sentamo-nos de mãos dadas na varanda, a contemplar a luz que das janelas irradia...
Sentir-te assim, embrenhada em mim, é como ser tu, é como seres eu em ti, naquele abraço enrolado, eterno, sem fim, preso naquele momento e acreditar...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Coração confuso


Revisito os céus, numa procura incessante da minha alma gémea...
Pergunto-me, na brisa do vento:
"Serás tu?"
Olho cada estrela tentando ver-te no seu brilho, no seu jeito de cintilar...
Abraço-te com longos braços de escuridão, salpico o teu céu de pequenos brilhos, letras perdidas em palavras em mim na imensidão desta noite...
Escutas as minhas dúvidas, percebes os meus receios, descobres os meus segredos...
Tu, menina, infinitamente doce.
Cresces comigo, lendo nos mistérios das palavras em mim, respostas que levantam novas dúvidas, certezas que fazem caminhar em direcção ao incerto.
Palavras em mim que devo usar para entender aquilo que procuro, aquilo que descubro no seio da noite escura.
Há perguntas que não se respondem, pois ainda antes de as formular já começo a sentir a resposta, dentro de mim...
No entanto tenho medo...
Medo de me ter enganado e estar a caminhar à deriva em direcção ao nada, fugindo de tudo...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Escrevo-me de novo


Escrevo e rescrevo as palavras em mim que se soltam no meu peito...
Estes meus versos são feras indomáveis, gritos que ecoam pelo tempo árido e seco em que vivo, são tórridos pensamentos que emanam esforço e magia.
Olho pela janela como quem olha com o coração...
Procuro a realidade atrás deste meu mundo imaginário, abraço qualquer sinal fugaz de motivação que ecoe em minha visão...
Vejo ou penso ver, não é significativa a acção, o que me faz mover o intelecto em espasmos de ansiedade e devoção...
Floresce em meu peito a vontade, a inércia necessária à escrita, à minha escrita, ao meu estilo, à minha expressão, à minha liberdade, à minha essência, às palavras em mim, concluo eu...
Escrevo porque padeço de essência, de movimentos figurativos e personificados do real, de personagens fictícias do meu eu quotidiano, escrevo porque sou um predestinado à revolta emocional, à liberdade libertadora.
Escrevo porque estou vivo...
Abro este meu caderno empoeirado, com a sua capa grossa que esconde as paisagens que pintei no passado, os sentimentos simulados num sufrágio emocional...
Revivo a memória esquecida e aprendo o que já assimilei...
Espero que as horas se sucedam com a mesma liberdade que um dia idealizei...
Abro, leio e volto a escrever-me...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Linha do tempo


Recordações de um passado presente,
Em que tudo me magoa
Até mesmo o que me transmite felicidade...
Magoa...
Existem dores da alma, angustiantes
Que me reduzem a um ser fraco, perdido, entorpecido.
Estou num desses dias, talvez...
Não olho para a rua, para o sol,
Para não deixar que me distraia de mim mesmo.
Entrego-me à escrita...
Covardemente fugindo...
Ignoro tudo e dói-me o peito.
Não quero nada,
Não prefiro nada
E não consigo fugir.
Deu-se em mim uma paragem,
Suspendi-me do sentir,
Do pensar,
Do querer...
Escrever é a única forma de expressão para o exterior.
Deixei cair das mãos aquilo que sou,
Ou fui...
E deixo que o acaso faça em mim
Esquecer as vontades perdidas algures neste labirinto,
Que são meus dias,
Agora enormes,
Ausentes,
Nesta minha eternidade em estado de meia alma.
Recordar dói...
Faz sangrar a ferida mal curada,
Abre portas para a desilusão estampada
Em caras de pessoas não amadas,
Esquecidas
Ou simplesmente indesejadas....
Recordar dói,
Senti-lo muito mais,
Vivê-lo é desesperante
E no entanto, não me furto da culpa que me entope,
Das certezas que sempre soube ter,
Como o poderia ter evitado
Se não tivesse subestimado o alerta da intuição
Que me fez olhar-te de forma diferente.
Agora,
Lastimo a falta de força que me assolou
Quando a direcção correcta seria oposta,
Àquela em que decidi rumar....
Tonto,
Docemente tonto
Quando me deixei apaixonar...
Mas...
Sabem que mais?
Faria tudo novamente...
É quando o passado toca o presente
Que percebemos o significado da vida...


Dezembro

Será que este é o meu mês?

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Tempo


O tempo vai passando ao som do tique-taque dos ponteiros de um velho relógio de cuco...
Durante o meu dia, vejo a noite chegar e espero inutilmente por ela, ansiando o dia seguinte que se adivinha como sendo cheio de surpresas.
É tudo tão rápido que nem me apercebo da fugacidade dos minutos, das horas,dos dias, surge assim o meu pior inimigo o Tempo...
Algo imbatível que mais cedo ou mais tarde me apanha sem ter a possibilidade sequer de dar um último abraço, um último adeus, ou dizer aquelas palavras que ficaram em mim, mudas para todo sempre...
Escrevo assim de modo a eternizar o que sinto, apercebendo-me que o que sinto hoje não irei sentir exactamente amanhã, pois os minutos passados esses jamais retornarão e com eles serão levadas todas as minhas esperanças, todos os meus sonhos e desejos, e à medida que estes passam dedico-me mais à imortalização das palavras em mim, que me fazem sentir que só através delas poderei perdurar no Tempo...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Doce sonho procura-se...


Hoje tenho a sensação que nada se encontra no lugar...
O que era suposto estar não está...
O que era suposto pensar não consigo...
Suposições?!
É disso que vivo.
São momentos que idealizamos como sendo seguros, deixando de lutar por aqueles que poderiam ser os certos!
Posso perder tudo...
A esperança, o sonho, o tempo...
Mas o sentimento esse jamais será perdido, é algo que marca quem o sente para toda a vida.
Simples melodias, objectos, momentos, lugares...
Tudo isto faz parte da lembrança e essa não a queria eu sentir...
Porque a sua presença na minha vida retira tudo do lugar, a impertinencia de tais pensamentos levam-me a agonia, o desejo de ter o que não tenho, de alcançar algo mais que o simples presente...
Ilusões que podem não passar de expectativas, posso estar errado mas é o que sinto...
Quando adormeço os meus sonhos são invadidos por imagens que não correspondem com a minha realidade...
Porquê?
Não sei, procuro a resposta todos os dias de manhã.
O que é certo é que quando esses sonhos chegam, todas as lembranças se recordam, todo o dia se torna mais lento, nada tem significado.
Simplesmente passo o dia a prolongar o sonho que tive e esse...
Esse não passou de um sonho amargo...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ressuscitar


Cada segundo passado é um recomeço,
Ao avançarmos em passo decidido
A vida brinda-nos com momentos lindos,
Com pessoas maravilhosas,
Com sentimentos dignos de sentir,
Partilhar...
Oferecer...
É assim que acontece quando desejamos
Voltar a sentir o calor do sol,
Olhar o céu azul com nuvens brancas,
Ouvir as palavras de quem nos fala,
Sentir o carinho com que nos envolvem...
É bom não esquecer a magia
Dos amigos...
Dos verdadeiros companheiros,
De quem nos quer bem.
Viver é um milagre...
E a única preocupação que devemos ter
É esforçarmo-nos para sermos dignos
Dessa possibilidade divina
Que tantas vezes desperdiçamos...
Ao sentirmos o que nos magoa,
Ao vivermos momentos irreais,
Ao transmitirmos somente dor no rosto
Ao sonharmos solitários...
Sempre que nos isolamos do mundo
E esquecemo-nos de sorrir,
De agradecer cada amanhecer
Que a aurora traz cheia de encantos.
O anoitecer que nos brinda com a Lua
E tantas estrelas brilhantes...
Tanta beleza...
Que tantas vezes ignorei.
Decidi recuperar
Esse tempo perdido
Vivendo cada minuto precioso
Com a certeza de que sempre será pouco.
O tempo que disponho para aprender
Que estar vivo é uma bênção.
Em qualquer estado de espírito,
Em todas as circunstâncias,
A vida que me foi concedida,
As pessoas que me rodeiam,
As conquista árduas ou não,
De cada batalha empreendida.
Bebi do éter fulgurante,
Da vontade de viver...
Sinto que agora caminho num rumo certo,
Aquele que me trará a felicidade
Que tanto almejei.
Sucumbi moribundo...
E agora ressuscitei,
Mais vivo que nunca...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Coração de gelo derretido


Os ventos glaciares invadem-me a alma, plena de ausências passadas, vazios feitos de nadas...
Gelam-se os dedos, perdem-se as palavras entre as linhas do tempo, arrefece o espírito que se evapora nas nuvens escuras da tormenta.
Cai a neve, sobre minhas folhas amareladas, sinto nos ramos o seu peso, como se carregasse comigo toda a solidão da Terra.
Faz-se a noite da ausência do dia e eu, deixo o coração perder-se da falta de ti.
O tempo passa por mim sem me cumprimentar, vejo-o ir embora e deixo-me aqui ficar, esperando ingloriamente a tua chegada.
Cruzo as estrelas com um olhar, tentando lá te encontrar, perscrutando os céus, paraísos perdidos, em busca de tudo, à procura de nada.
Perco-me do destino, desencontro-o para não ter de me cruzar, quero ficar, só, nesta noite fria, deixar de sentir o meu corpo clamar pelo teu, calar a minha alma e não chamar por ti, quero apenas ficar sozinho, aqui...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sombras dos dias


Aqui sentado no meu canto, escrevo o que me vai na alma...
Escrevo,escrevo e escrevo...
Os dedos ganham vida própria e letra a letra, palavra a palavra, devagar e devagarinho vão criando algo...
Mais uma página deste meu extenso livro, mais uma página da minha vida...
Mais um dia em que o sol se esconde, um dia de chuva.
Um dia presente e quiçá marcante, ou não...
Quem sabe apenas outro dia banal, um dia igual a todos os outros.
Ao som de uma suave e delicada música,desfruto deste meu momento.
Um momento de solidão, um momento de reflexão.
Um momento para estudar e reflectir passo a passo, gesto a gesto, palavra a palavra...
Tudo muda e as horas giram a grande velocidade.
Carrego este meu mundinho às cavalitas e saltito com alegria nesta nova vida.
Seguro nas palmas das mãos este imenso sol de amizade que me aquece por dentro e me ilumina novos caminhos...
Caminhos traçados e finalmente pisados.
São estes os momentos que nos fazem ver, reflectir e muitas das vezes decidir...
São estes os momentos...
Um momento meu, apenas meu...
Momentos todos o temos e há que saber aproveita-los até ao último segundo.
Por vezes, as coisas boas da vida escondem-se nas sombras dos dias...

Heróis por um dia


Finda mais um fim-de-semana intenso e a serenidade sempre me acompanhou.
Apesar de muitas tarefas e correrias foi bom constatar que tudo se pode fazer desde que façamos por isso.
Agora preocupam-me as ansiedades de alguns amigos, uns porque não conseguem dizer o que querem, outros porque, apesar de o exprimirem claramente, não são ouvidos por quem deviam. Para quê complicar o que pode ser simples?
Gosto de poder analisar os problemas e depois decidir de forma a não complicar os outros, mas se tiver de complicar alguém, que sejam aqueles que não têm a decência de se preocupar com os outros e só vêm os seus objectivos à frente, doa a quem doer.
Por esses não nutro simpatia, nem me esforço por fingir que me são agradáveis, pois mesmo não sendo em mim que fizeram o pior estrago, atingiram algumas criaturas indefesas e fáceis de melindrar e isso é indecente.
Aqueles que não são ouvidos por quem deviam, espero que arranjem força interior para por alguns pontos nos "is" e façam marcar a sua posição de forma inequívoca.
Quando se quer o melhor para os outros e esses outros nos são mais que tudo, vale a pena insistir e nem que seja por escrito, exprimir aquilo que sentimos, pois gostaríamos que esses sentimentos fizessem eco...
Nunca calar, ou deixar de falar aquilo que sentimos, para que não nos tomem por conformados com alguns factos que, se verdadeiramente quisermos, se podem resolver com algum empenho, se fizermos por isso.
O futuro está nas nossas mãos e sim, também nós podemos ser heróis por um dia...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fnac em Braga


A partir do dia 15 de Novembro o Braga Parque abriu as portas da nova área comercial do shopping, que beneficiou nos últimos dez meses de profundas obras de remodelação e expansão.
A cadeia francesa FNAC é um dos principais reforços das 105 lojas do Braga Parque.
Ocupando uma área aproximada de 1800 metros quadrados, este novo espaço cultural e de lazer disponibilizará livros, CD’s, DVD’s, artigos tecnológicos e informáticos, laboratório de fotografia, bem como um café e um espaço de fórum.
Para dar o pontapé de saída a FNAC do Braga Parque esteve ao mais alto nível e convidou a banda portuguesa Clã para a estreia.
Foi uma abertura em grande, de um espaço que já fazia falta à cidade de Braga e eu faço parte da família.
Sim, também eu sou um Fnackiano, por isso passem por lá...
São todos meus convidados...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ora diga lá outra vez...


Grande novidade no estágio da Selecção portuguesa, o defesa-central Pepe, um brasileiro naturalizado português proferiu as seguintes declarações:

"A minha namorada é portuguesa, estou há 2 anos com ela e sei perfeitamente cantar o Hino."

Agora eu pergunto, o que será que ele quer dizer com isso? :)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Palavras em mim


Palavras em mim são como água pura, emergem do centro da alma, por entre o silêncio, a calma...
Palavras em mim são gotas, esféricas e frágeis, que a outras gotas se juntam, que a outras se abraçam num bailado profundo e nascem, aqui, no meio de mim...
Palavras em mim são corrente, água fremente, que me lava, cascata que a rocha desgasta, numa carícia suave...
Palavras em mim são rio, que atravessa a paisagem, que inundam a minha margem, carregando consigo pedaços do meu ser...
Palavras em mim são lago, de águas tranquilas, que me abrigam, que me abraçam, afagam, adormecem...
Não sou apenas as letras, que vazias se inundam da essência do meu ser, se conjugam no entrelaçar de muitas outras que se lhe juntam, criando palavras em mim que se empilham em frases sentidas por páginas a fio, que derramo neste oceano imenso...

domingo, 11 de novembro de 2007

Mulher poema


Nas palavras em mim em que te faço poema, encontro-te, contemplando a noite, a alma enlaça-se nas rimas e a voz que não escuto, declama os versos, como se os escrevesses nesse instante, para mim.
Neste poema teu a luz nasce, entre cada estrofe, no ritmo do palpitar do meu coração que desejava bater no teu peito.
A música embala o meu olhar, uma lágrima de saudade desprende-se, formando um rio que corre, face abaixo, percorrendo-te, deixando por todo o corpo as letras que te escrevo, fazendo da tua pele, papel onde marco a tinta os sentidos, despertos como sempre...
Neste instante, abro as nuvens e deixo escapar do meu peito um brilho, que atinge, mesmo que de forma efémera o teu olhar, repousa no teu peito, levando com ele a minha pele, o corpo que te aquece a alma, te cobre, te descobre e te ama até nascer uma nova madrugada.
Fiz-te poema nas minhas palavras e anjo no meu coração...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Boa noite


Hoje estou cansado demais para escrever.
Vou dormir.
Boa noite...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ausente


Fecho a porta, apago a luz e recolho as asas...
Deixo as palavras morrerem no peito, o jardim deixa de florescer à falta de raios de sol, de chuva que o avive...
Esta noite não faz mais sentido, não tem qualquer cabimento quando as letras se repetem em frases ocas, em textos perdidos em desvarios da mente que à falta de ter aquilo que não encontra se limita a brincar com os sentidos, com a alma, como se fosse bola em mãos de criança...
Recolho-me, enrolo o corpo sobre si próprio, como se fosse um envelope que se fechasse por dentro, selo a alma, apago a luz e as letras deixam agora de brilhar, palavras mortas, metáforas gastas num prenúncio de fim...
Não estás, não estou, aqui, já, para te abraçar, para me abraçar...
Por mais braços que invente, não encontro nas palavras os sentires que me permitam tocar, tocar-te...
Hoje, como ontem, não vieste...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Travessia no deserto


Caminho no deserto
Onde o sol me aquece o rosto,
O céu fica mais limpo,
O ar mais leve,
O coração menos apertado.
No peito, a recordação...
Mas essa,
Essa ele não leva.
Lembro-me que quase desisti de escrever
De sorrir,
De gostar,
De estar...
Fui-me entregando sem perceber,
Deixando portas abertas,
Janelas escancaradas....
Brechas que me violaram o sossego.
Como pode o coração ser tão imprudente?
Passaram-se dias em que me senti só...
Vieram depois as horas de confronto interno
E agora,
A certeza de que uma vez começada a viagem
Não se pode voltar atrás...
Não se pode ignorar o conhecimento adquirido...
Aquele que veio envolto de dor,
De lágrimas,
De pesar.
São sentimentos que nos enfraquecem o peito
Mas que fortalecem a alma...
Ainda que contraditório,
Verdadeiro.
Hoje não caio com a facilidade de ontem
Amanhã,
Saberei como fechar as portas e janelas...
E as brechas....
Essas, serão marcas que guardarei
Para não me deixar enganar.
Não deixarei de amar,
Isso não...
Perdidamente....
Apaixonar-me...
Está-me no sangue essa necessidade,
Está no meu peito esse desejo...
Sim,
Porque amar é a energia que aviva
A minha vontade de todos os dias recomeçar...
Não importa onde...
Não importa quem...
Somente acordar
E amar...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Irónica vida


A saudade vai embora,
Mas quando menos se espera,
Ela vem até nós.
Quando pensamos que já nada faz sentido,
Desperta-nos.
Quando o sentir adormece,
Acorda em nós a vontade de viver.
Existem vários apelidos,
Bênção, dádiva, milagre...
Somente um sentimento,
Este que sinto e tento retribuir.
Amar,
Sempre foi tão necessário.
Partilhar,
Porque é o que nos mantém vivos,
Em tantas prisões solitárias.
Dar,
Para que sempre se mantenha a lei do eterno retorno.
Receber,
Porque é esta a essência de todos os sentimentos.
Hoje,
Serenamente sento-me
E sinto o quanto conquistei,
Porque aprendi a partilhar,
A dar e a receber...
Amando-te.
Mesmo sem retribuires,
Tornaste possível
A transformação da crisália
E fizeste nascer a borboleta,
Com as cores que não sentes.
A vida é mesmo irónica...

LLE Latada 2007/2008

Estes caloiros fazem de mim um Cardeal babado (e sublinho babado, atenção não confundir com bêbedo :p )...


terça-feira, 30 de outubro de 2007

Questão de espaço


Centros comerciais com estacionamento reservado a mulheres grávidas ou cidadãos com deficiência não são novidade. Mas o shopping 8.ª Avenida, inaugurado, há um mês, em S. João da Madeira, decidiu acrescentar lugares exclusivos para... as mulheres, mais largos do que os "normais" e até mais generosos do que alguns dos espaços reservados para deficientes, mulheres grávidas ou idosos.
Muitos sanjoanenses, que não poupam nos elogios à nova coqueluche do concelho, consideram a medida discriminatória.
São apenas quatro lugares de estacionamento, no parque interior, destinados em exclusivo aos clientes do sexo feminino, num universo de 1400. Mas estes espaços, pintados de cor de rosa e que se encontram a poucos metros de outros estacionamentos reservados a grávidas e a mulheres com crianças, famílias numerosas e a cidadãos com deficiência, são os que causam estranheza quase imediata à generalidade da clientela, até às próprias mulheres...
Confesso que a mim também me fez um pouco de confusão esta medida, tanta que resolvi investigar a razão real para esta decisão e eis que encontrei, realmente algumas mulheres precisam de um pouco mais de espaço para estacionar.
Ora vejam...

domingo, 28 de outubro de 2007

Nostalgia


Fico por vezes vagueando,
Perdido por mundos que desconheço,
Sem saber onde te encontrar
Onde me encontrar...
Fiquei em ti.
Perco-me em pensamentos desordenados,
Em que te ter era verdade sem te tocar...
Onde estás agora?
Preciso tanto ter a certeza
Que estás em mim também...
Faço desejos silenciosos
De um tempo que tarda em chegar...
Preciso de ti
Quero sentir-te,
Amar-te uma vez mais,
Abraçar-te,
Falar-te em silêncio,
Com palavras em mim...
Deixar que no céu se escreva
Uma história encantada...
Sonhador,
Sim,
Sou-o agora mais do que nunca...
Tenho no entanto, medo do que sinto
Do que despertaste em mim,
Dos sonhos que me fizeste fabricar,
Da vontade de te ter sempre por perto,
Do não saber, se sonhas também...
Fico sozinho com saudades,
Como uma árvore solitária
Num final de tarde de Outono...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Derradeiro desejo


Amanheceu e o Sol já brilha lá fora.
Fechei os olhos e desejei baixinho
Que as estrelas brilhassem mais,
Que a lua ainda me iluminasse,
Que a brisa quente de Verão não tivesse partido,
Que o mar ondulasse mais
E que em cada grão de areia
Levado pela água borbulhante,
As minhas mágoas fossem sarando...
Não me lembro há quanto tempo o desejei
Sei somente, que após longos anos
No mesmo local, com o mesmo ardor
Desejei novamente,
O que penso nunca poder ver realizado.
Ao olhar para passagens da minha vida
Percebo que o meu desejo de felicidade
Hoje, tem um significado diferente...
Um passo em frente...
Um retrocesso forçado...
Uma dor que fica...
Uma alegria perdida...
O que não aconteceu plenamente...
Um sonho que se esfumou...
Um horizonte atrasado...
Uma estrada incerta
No vaguear de alguém
Que esqueceu como amar...
Com lágrimas percebi
Que os sonhos nem sempre acontecem
E que a vida pulsa a cada segundo,
Mesmo quando na face rola uma lágrima...
Numa luta infinita de crescer,
De ser melhor,
De poder ver a luz,
Ainda que a escuridão abrace o nosso caminho.
Este é o meu derradeiro desejo,
Que não deixe de acreditar...
Nunca...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Vermelho vivo


Sim, ainda estou vivo...
Nas veias ainda corre o sangue vermelho vivo, aquecido por um coração que bate sem saber porquê, nem por quem...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Caloiros LLE 07/08


Já assisti à chegada de muita caloirada, mas nada como esta...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Infinita felicidade


Longe, mas perto de ti...
Em cada minuto que respiro
Ao abrir dos olhos quando o dia nasce,
Ao adormecer tranquilo e sereno
Por saber que algures,
Uma estrela brilha por mim.
Embalo-me entre recordações
Agora, os mais belos e expressivos dos sorrisos,
Da alegria e do encanto que tinhas.
Sempre soubeste fazer-me acreditar...
E acreditei em ti...
Acreditei em nós...
As saudades,
Essas foram sendo sepultadas
No meu coração agora confiante.
Guardo-as no entanto,
Só para quando permitir-me soltar
Uma lágrima entre um sorriso,
Igual ao que tantas vezes te dei.
De longe te vejo e sinto,
Não sei se mais algum dia te vou chamar...
Deixei-te ir, para onde deverias seguir...
Não te deixo jamais olhar para trás,
Nem me permito desejar que o faças,
Não mais...
Agora que me encontrei,
E que a vontade de esquecer é emergente
Neste peito que já sofreu em demasia,
Deito-me todas as noites e agradeço
Por teres feito parte da minha vida,
Por me ensinares o bom sentido do amor
E que mesmo na tristeza que um dia houve,
A alma grita alto...
De que tudo valeu a pena,
Tu valeste cada minuto que te doei,
Mas tu foste somente uma parte
Da infinita felicidade
Que quero ainda viver...

domingo, 14 de outubro de 2007

Sentimento estranho


Olho o passado
E sei que existiu em mim
De forma tão brutal, tão viva...
Deixo-me render a tal evidência e acredito
Que te amei desesperadamente, tanto...
Hoje pronuncio o teu nome em silêncio,
Procuro-te em desesperada ideia vaga
E assombra-me o medo de já te ter esquecido.
Onde estás agora?
Nossos caminhos separaram-se tão rápido
Quer não pude dizer-te
O quanto foste importante para mim....
O que só tu me fizeste sentir.
Tenho sentido o sabor deste adeus,
Mas nunca pensamos perder
O que achamos poder possuir...
Nunca....
Até acontecer...
E quando acontece,
Sofre-se...
Por não saber se no fundo
Essa possibilidade existia.
Será que é sempre assim?
Sentimento estranho esse,
A que chamam de "Amor"...

sábado, 13 de outubro de 2007

Concretizar sonhos


Se algum dia me perdi nos olhos de uma fada, relembro a cada instante nos dias sufocados que ainda tenho que viver…
Mãos gélidas de um coração palpitante, sorriso esboçado nem sei o porquê…
Vitória de nada perdido, vitória de sentimento ainda não vencido…
Contudo não percebo o porquê de viver com alegria reservada, não entendo nem nunca entenderei o porquê de ilusão já esgotada…
A caminho de casa vi a lua que nasceu para mim, estava linda e radiante como em todos os dias que a contemplo…
Pareceu-me normal, mas diria que ser normal é ser triste, ser normal é não ter objectivos e não oferecer um sorriso ao amanhecer por nada…
Essa lua vive no azul dos meus olhos, cor perfeita para quem me admira, sorriso doce, para quem passa e fica no pensamento…
Mãos delicadas, para que em quem toco consiga tocar, mas tocar verdadeiramente, num coração, numa alma…
Alma essa perdida algures, agora encontrada no meio do nada, no meio de tudo…
Mas quando penso em perder-me encontro-me, como me encontro hoje e agora e venho de volta ao mundo que vale a pena, ao mundo dos sonhos…
Dos meus sonhos, que por vezes são os vossos também…
Quem sabe algum dia, contra todas as probabilidades, os nossos sonhos se concretizarão...

Gato Fedorento, Série II


Confesso que já tinha saudades destes senhores e eles estão aí de volta, melhores que nunca...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Minutos de silêncio


Do meu corpo deixo evaporar-se o perfume, que qual fumo se enrola no ar...
Do meu corpo desprende-se o sabor, que da pele se evapora no ar...
Dos meus lábios solto a brisa, vento que arrasta de mim a alma no espaço vazio da noite...
No olhar transporto o mar, salgado por entre lágrimas, revolto de emoções, bramindo em convulsões.
É do silêncio que nascem o som das palavras em mim que cantam numa melodia suave, frases que cresceram, se fizeram mulher no teu corpo, se fizeram companhia na tua alma, se fizeram presentes no sonho que criaste para ambos.
Foste mar, tranquilo e sereno que se fundiu no meu olhar...
Das estrelas desprenderam-se raios de luz que iluminaram teu corpo desnudo, foram faróis que me guiaram, desvendando sobre a tua pele os segredos mais íntimos...
Nesse encontro de corpos fundiram-se almas nos céus escuros dessa noite em que te fiz minha, em que me tomaste nos braços e me sentiste, num abraço apertado, que perdeste para sempre porque assim o quiseste...
Tudo que resta agora é o silêncio...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Pés ao caminho


Sinto uma vontade enorme de sair pela porta da frente e conhecer alguém.
Assim, sem precisar de subir a um pedestal e procurar no meio da multidão.
Não procuro uma super modelo, uma qualquer capa de revista, procuro sim, uma Mulher a sério, livre de qualquer artifício ou artimanha construída para ludibriar mesmo os menos impressionáveis.
Procuro apenas alguém com quem conversar sobre as banalidades do quotidiano como se tivessem a magnitude da mais bela criação artística.
Não procuro alguém a quem eu tenha que impressionar com os mais belos dos discursos, ou com os mais sublimes gestos, ao invés procuro alguém que se deixe seduzir pela simplicidade e honestidade que emprego nos meus actos.
Procuro alguém que se ria porque canto mal, alguém que me dê a honra da próxima dança mesmo sabendo que não sou o mais gracioso dos bailarinos.
Procuro alguém que me olhe nos olhos quando fala, alguém que me ame quando eu menos merecer, porque é nessa altura que eu mais irei precisar.
No entanto como essas pessoas não caem do céu o melhor será mesmo sair por essa porta e por os pés ao caminho.
Quem sabe a rua me indique o caminho certo...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Saudade


É na ausência de certas pessoas que nos apercebemos a falta que nos fazem.
É quando redescobrimos o seu rosto nas nuvens de algodão, quando sentimos o seu cheiro nas flores do jardim e quando o suave toque do vento nos lembra os doces abraços de um alguém especial.
Mesmo longe, encontramos na saudade uma proximidade que impede a memória dessas pessoas cair no esquecimento.
Mesmo distante, é a saudade que nos dá a mão e nos leva de volta aos mundos que partilhamos com alguém...

Super Blog Awards


As palavras em mim andam por lá, na secção "Pessoal".
Se acharem que mereço conto com o vosso voto ;)

domingo, 7 de outubro de 2007

E tudo Vanessa Fernandes ganhou


Mais uma vitória para Vanessa Fernandes, a 19.ª em provas da Taça do Mundo de triatlo.
Desta feita aconteceu em Rodes, na Grécia, que vale igualar o recorde de número de vitórias na competição estabelecido pela australiana Emma Snowsill.
Até onde poderá ir a Vanessa?

E agora Mourinho?


Muito se tem especulado acerca do futuro profissional de José Mourinho.
Selecção Nacional, Inter, Real Madrid, Barcelona...
O que é certo é que muitos treinadores viram os seus postos ameaçados pelo simples facto de Mourinho estar disponível.
No entanto, acaba de me chegar às mãos a maior revelação do ano, Mourinho vai deixar o futebol para se dedicar de corpo e alma ao mundo da luta livre.
Mourinho irá assinar um contrato milionário com a Raw e para equipa técnica já terá escolhido Jaime Pacheco como adjunto e Petit como responsável do treino técnico.
Depois de Hulk Hogan, Mourinho já é apontado como a maior estrela do mundo da luta livre...
Aqui ficam as primeiras imagens:


sábado, 6 de outubro de 2007

O céu como limite


Faço uma pausa para me conseguir sentir...
É mais que uma pausa para café, um momento, um ritual para me sentir, para me ouvir.
Parado no meio do nada, onde tudo termina, de pés enterrados. . .
Despido de tudo, de olhos fechados senti o sol a nascer, aquecer o meu corpo com a calma de quem segue um ritual diário. . .
Deixei o tempo passar, o sol afagar o meu rosto e envolver a minha pele. . .
Deixei o vento abraçar-me com a força do desejo de ali me levar. . .
Deixei tudo cair para me sentir, para sentir a fraqueza que tenho, que sou e o nada que tenho...
Senti a minha dor absurda, as minhas queixas de criança que quer atenção...
Apreendi, ou talvez não, a ter a calma de alcançar o desejo, o beijo. . .
Mas o querer é tão grande que tudo se perde na eternidade da existência. . .
Uma vida não é mais que uma longa aventura e afinal quem é que não quer viver para sempre?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um dia como os outros


Hoje é um dos dias em que apenas me apetece ficar a olhar o vazio, a pensar no que fui, no que sou e na dúvida do que serei...
A sentir um descontentamento sem saber o porquê...
A tentar descobrir em mim mesmo o que me faz acordar todos os dias...
Por vezes, só me apetecia ficar de olhos fechados e tentar não pensar em nada...
É apenas mais um dia como os outros...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Virar a página


Um novo sol que nasce
Pelo meio dos montes...
Um novo parágrafo,
Um novo capítulo até...
Mas a história,
Essa,
É sempre a mesma...
Nada muda,
Tudo continua,
Num traço infinito,
Seguido por linhas paralelas
Que por vezes se cruzam
Sem nunca se tocar na verdade...
Cada dia é um virar de página,
De um livro escrito à mão
Com sentimentos e emoções...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Vulto de mulher


Passeio feito vagabundo por ruas que conheço e que desconheço o nome.
Olho em volta e sinto-me só, todos caminham para um lugar preciso, todos caminham com alguém, para alguém e eu, eu caminho só para lugar nenhum.
Caminho em busca do fim, de um qualquer fim, do fim da estrada, do fim da vida, do fim da dor....
Um corpo cansado e disforme pendurado na vida por um fio, uma linha fina e preta como o pensamento que o preenche.
Atravessava as pedras da calçada, caminho da minha vida mas ouvi alguém chamar-me e parei. Sentei-me e senti o calor da lua cheia...
Deitei-me num banco de jardim e fechei os olhos...
Sonho com alguém que não conheço, alguém que me guie e mostre novos mundos...
Um vulto de mulher que me leve daqui...

Trabalho árduo

Virtualidade real


Escrevo num gesto expressivo para quebrar a solidão dos meus dias, acompanhar-te na solidão das tuas noites, por entre todo o silêncio a que te votas, abraçado nesse mar que nos separa...
Escrevo-te na busca da perfeição, na onda distante que a alma agita, como um poeta que não rima...
Escrevo-te porque quero ser a chama da tua fogueira, porque quero ser a luz tremula que te ilumina a alma, a companhia que na distância te acalma.
Descubro-te, simplesmente pelo instinto, pelo sabor que provo no vento, gosto teu que me toca, instante aberto em que me entregas a verdadeira essência de ti...
Desenho-te sabendo-te de cor, como se tivesses sido minha alguma vez, como se apenas te tivesse tocado, abraçado, beijado...
Invento-te, na luz do dia, para que sejas real nos sonhos da noite...
Escrevo-te, mesmo sabendo que por vezes não me vês, mesmo sabendo que já não me sentes, ainda assim te escrevo, com todas as metáforas que conheço, torneando cada palavra em mim, embutindo nela o sentir que reluz como mil estrelas.
E tu, aí sentada, olhando a janela e vendo passar lá fora o mundo, perguntas-te, sou eu?
E eu respondo-te, sim és tu, tu mesma, que agora descobriste nas minhas palavras os teus sentimentos, nas minhas metáforas a virtualidade real que vivias procurando...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Lar, doce coração


Todos temos um secreto lugar
No mais fundo do nosso ser.
Um lugar só nosso,
Onde só entra quem nós permitimos
E cujo acesso é restrito a poucas pessoas...
Todos temos um abrigo
Nas nossas esperanças...
Cofre dos sentimentos
E emoções mais nossas...
Um lugar profundo
E pessoal dos nossos sonhos,
Dos medos não contados a ninguém...
Esse lugar,
Reino oculto do nosso ser
E do nosso estar,
Só pode ser penetrado
Por um amigo do coração,
Alguém especial,
Que só lá entra
Porque lá vive ...
Sempre lá morou...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Suave toque


Neste jardim plantado por mim mesmo
Cresce a flor que me perfuma.
Tem pétalas de rosa que me acodem a alma
E frequentam o meu coração
Aflito por respirar...
Nas noites sem estrelas
Percorre os meus olhos com as pálpebras
E o pólen enxuga as minhas lágrimas de solidão.
Pouso a cabeça na almofada
E sonho com as palavras em mim,
Com as letras que te escrevo,
Com a luz que me abre caminhos...
Sopra um vento que me afaga os cabelos,
E nos lábios sinto o sabor da saudade...
Já não te toco,
Mas ainda te sinto...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Cama fria


Não gosto do frio.
Quando sinto frio
Sinto-me só...
Sinto toda a solidão...
Solidão profunda
Que me invade de vazio...
O frio das paredes,
Dos lençóis,
Do silêncio...
Não gosto de me deitar,
Nunca gostei...
Dormir sempre foi para mim
Um momento de morte...
Morro um pouco
Quando tenho que dormir...
Aquela cama fria que me espera.
Tenho frio.
Vou-me deitar.
Estou só...

domingo, 23 de setembro de 2007

Ser inacabado


Um olhar de fim de tarde
Caído na minha varanda,
Nascia de um rosto rendilhado
Pelo sal das marés...
Tinha bicadas das andorinhas
Que esvoaçavam loucas,
Perante a chegada da tempestade
E do fogo dos caminhos...
Aquele olhar esguio,
Penetrante e de sufoco gelado,
Abria fendas irreparáveis à alma
Que se ia esfumando,
Olhando o espelho
Da minha amargura solitária...
Hoje a minha loucura
É consequência da memória...
De um olhar de nuvens
Carregadas de água,
De uma magia sedutora
Que me vai consumindo o coração
A todos os instantes em que olho o céu,
Em que me vejo ser inacabado
E só encontro as palavras em mim...

IRRA!!!


Se há coisa que me irrita profundamente são pessoas que escrevem sobre coisas que as irrita...

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Voo destemido


Flutuo com asas de cera e penas sem nada temer.
No céu entre esquecer coisas e seguir a linha do horizonte...
Sou frágil entre tudo aquilo que me é impossível
E me apaga no tempo enquanto aprendo a voar.
Transformo o futuro,
Voo em ziguezague fechando os olhos,
Tentando encontrar a saída do labirinto
Onde a alma se comove dolorosamente...
Não persigo o sol que não posso tocar...
Persigo sim a felicidade,
Onda de frescura que me poderá salvar...
Não sou Ícaro imprudente,
Mas abro as minhas asas sem receio,
Sei que novos mundos de nuvens feitos
Me surgirão pela frente...