quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Minutos de silêncio


Do meu corpo deixo evaporar-se o perfume, que qual fumo se enrola no ar...
Do meu corpo desprende-se o sabor, que da pele se evapora no ar...
Dos meus lábios solto a brisa, vento que arrasta de mim a alma no espaço vazio da noite...
No olhar transporto o mar, salgado por entre lágrimas, revolto de emoções, bramindo em convulsões.
É do silêncio que nascem o som das palavras em mim que cantam numa melodia suave, frases que cresceram, se fizeram mulher no teu corpo, se fizeram companhia na tua alma, se fizeram presentes no sonho que criaste para ambos.
Foste mar, tranquilo e sereno que se fundiu no meu olhar...
Das estrelas desprenderam-se raios de luz que iluminaram teu corpo desnudo, foram faróis que me guiaram, desvendando sobre a tua pele os segredos mais íntimos...
Nesse encontro de corpos fundiram-se almas nos céus escuros dessa noite em que te fiz minha, em que me tomaste nos braços e me sentiste, num abraço apertado, que perdeste para sempre porque assim o quiseste...
Tudo que resta agora é o silêncio...

2 comentários:

Sonho & Sedução disse...

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado !!

Parabens pelas palavras... vc escreve muito bem...

Anónimo disse...

um abraço apertado perdido para sempre? que triste :(
os abraços deveriam prender para a eternidade aqueles que queremos tão bem, e nos querem bem de volta : )

abraço (apertado!)
da pequena