segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Travessia no deserto


Caminho no deserto
Onde o sol me aquece o rosto,
O céu fica mais limpo,
O ar mais leve,
O coração menos apertado.
No peito, a recordação...
Mas essa,
Essa ele não leva.
Lembro-me que quase desisti de escrever
De sorrir,
De gostar,
De estar...
Fui-me entregando sem perceber,
Deixando portas abertas,
Janelas escancaradas....
Brechas que me violaram o sossego.
Como pode o coração ser tão imprudente?
Passaram-se dias em que me senti só...
Vieram depois as horas de confronto interno
E agora,
A certeza de que uma vez começada a viagem
Não se pode voltar atrás...
Não se pode ignorar o conhecimento adquirido...
Aquele que veio envolto de dor,
De lágrimas,
De pesar.
São sentimentos que nos enfraquecem o peito
Mas que fortalecem a alma...
Ainda que contraditório,
Verdadeiro.
Hoje não caio com a facilidade de ontem
Amanhã,
Saberei como fechar as portas e janelas...
E as brechas....
Essas, serão marcas que guardarei
Para não me deixar enganar.
Não deixarei de amar,
Isso não...
Perdidamente....
Apaixonar-me...
Está-me no sangue essa necessidade,
Está no meu peito esse desejo...
Sim,
Porque amar é a energia que aviva
A minha vontade de todos os dias recomeçar...
Não importa onde...
Não importa quem...
Somente acordar
E amar...

3 comentários:

Sensualidade em Letras disse...

O sonho de todos nós, encontrar um grande amor...
Abraços

Tita disse...

Estou sentada no vazio
Este vazio que me sustenta
Este vazio que aguenta
O peso da alma que não tenho
Maldito inexistente que possuo!

Estou sentada no silêncio.
Assento reconfortante para quem fala calado
Consolo inimaginável para quem com ódio é amado.

Estou sentada.
Mas não espero.
Por agora nem desespero.
E se amanha me levantar,
Caminharei ainda no vazio
Que debilmente teimo em suportar!


(essa essencia é a mesma essencia deste meu poema...)

Anónimo disse...

Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!