sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Negra noite


Vagueando por ruelas frias e hostis, onde se escondem vilões de filme de terror, seguia meu corpo desprovido de desejos, abandonado pelo amor e os sonhos roubados.
Havia perdido a fé, a esperança num amanhecer solarengo, há muito que as palavras em mim se escreviam a carvão negro, em paredes sujas e vazias de sentimento. As palavras em mim mal se viam, mal se ouviam, mas persistentes como sempre lá foram sobrevivendo.
Porém, foi na mais profunda penumbra, no mais escuro negro que encontrei inesperadamente o conforto que minha alma buscava.
Por entre os edifícios deste beco sem saída, de olhos postos no céu sarapintado de estrelas, encontrei-te. A ti, a estrela mais brilhante de todas, rasgando os céus desenhando um sorriso na negritude da minha vida.
Havia caído, por momentos mal consegui rastejar, mas agora voo de asas abertas nesta negra noite, envolto no carinho do teu sorriso.
Afinal, o negro também é uma cor...

1 comentário:

Anónimo disse...

Espero que essa estrela te guie para sempre em direcção ao arco iris. Beijinhos