quarta-feira, 18 de abril de 2007

Coração mudo.


Já há algum tempo que noto algo de estranho em ti, não és a mesma. Sentia-te afastada, ausente, quase dava a sensação que me evitavas.
Agora sei o porquê, no fundo sempre o soube.
Sei que sabes o que sinto por ti, apesar de nunca to ter dito directamente. Sabes tu e sabe toda a gente. Os sentimentos quando são verdadeiros estão reflectidos nos olhos da pessoa e os meus não enganavam ninguém. Também sei que não sou eu aquele que procuras, aliás já existe outro alguém na tua vida. Talvez por já o saber nunca fiz nada. Mesmo assim permiti-me sonhar...
Já não sou o mesmo garoto que em tempos fazia asneiras atrás de asneiras. Com a idade e com o desenrolar da vida cresci, ganhei maturidade, o que me permite reagir bem a todas as situações, mesmo que estas não sejam exactamente como eu gostava que fossem.
Mas nas coisas do coração ninguém manda, nunca te pedi que gostasses de mim, aliás nunca fiz nada de nada. Queria que gostasses de mim pelo que sou, mas verdade seja dita nunca tiveste a oportunidade de me conhecer realmente. O mesmo aconteceu comigo, apesar de gostar da pessoa que és e de te admirar muito, sempre faltou aquela faísca que incendiasse as labaredas do coração. O destino não quis assim, que havemos de fazer?
Nada, absolutamente nada, apenas temos que aceitar e seguir em frente. Uma batalha perdida não significa que tenhámos perdido a guerra. O importante é olhar a vida de frente e caminhar no sentido de atingir a felicidade... De cabeça erguida, sempre...
Não sou muito religioso, mas conheço algumas passagens da bíblia. Umas das que mais me marca reza a história de duas mulheres que reclamavam a mesma criança como sendo sua filha. Foram levadas perante o rei Salomão e como nenhuma abdicava da criança e este não sabia quem falava a verdade, ordena que se corte a criança ao meio e se entregue metade a cada mulher. Uma das mulheres, a que mentia disse: " Se não for meu também não há-de ser de ninguém", a outra, a verdadeira mãe, respondeu: " Daí-lhe a criança, prefiro não ficar com ela a que algo de mal lhe aconteça". Salomão, perante tal afirmação não teve dúvidas de quem seria a verdadeira mãe da criança e decidiu entregar-lha...
Tal como a verdadeira mãe, também eu prefiro que sejas feliz, mesmo que seja com outra pessoa do que ficares sozinha e infeliz. Não te preocupes comigo, sei lidar com esta situação. Já passei por ela, mas agora não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Só um pobre de espírito ou um frustrado o faria e eu não sou assim, não faz parte de mim. Agora não quero é perder a tua amizade e peço-te que não te afastes. Quero preservar a nossa amizade para todo o sempre...
Se para seres feliz o meu coração tiver que permanecer mudo que assim seja... Quem sabe um dia ele te volta a falar... Nunca sabemos o que o futuro nos reserva, até pode ser que não fale para ti e sim para outra pessoa. Ninguém sabe... Mas também para já não quero falar disso porque para ser sincero o que sinto por ti não irá desaparecer de um dia para o outro. Estaria a mentir se dissesse que seria assim tão fácil. Não lhe chamo ferida aberta porque o termo tem uma conotação demasiado negativa, mas este pequeno doidoi irá passar... Sou mais forte do que isso...
Faz-me um favor, sê feliz, tu mereces. Isso para mim é o mais importante, porque a felicidade das pessoas que gosto de verdade é a minha própria felicidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

é mesmo estranho , a forma como tão distantes que estamos ... e tão perto também...nas palavras!
ontem, após formalizar o adeus escrevi algo muito semelhante
" o bem que me fizeste é agora uma ferida aberta... que doi só de pensar...talvez um dia..."

Worry Not My Friend
O Amanhã só é sempre melhor...
(a gente torna-o hoje!)

Abraço
Pat