terça-feira, 11 de setembro de 2007

Prazer efémero


As sombras da noite invadiam o espaço, o perfume do incenso subia em espirais de fumo suave, a luz das velas acesas tremia agitando com ela as sombras dos nossos corpos desnudos.
Deixei os meus dedos escorrerem como água sobre a tua pele clara. Percorreram como o vento, cada curva, cada detalhe de ti...
A minha boca, deixou escapar a língua que pousou sobre o teu peito, desenhando sobre ti, como se duma tela se tratasse.
As minhas mãos abraçaram a curvatura dos teus seios, com a luxúria e o desejo guardado por mil anos.
A música tocava tranquila, misturando-se com os perfumes e essências...
Os meus olhos prenderam-se dos teus, que se fecham para sentir mais profundamente...
O teu corpo, colado no meu, estremecia de saudade, recordando os tempos em que alguém nos teve, em que já fomos apenas um e nos amaram até à exaustão.
Senti-te chegar em mim, senti o meu corpo entrar no teu e a alma dissolver-se na tua como açúcar.
Nesse instante, fechei os olhos e juntei-me a ti, para lá dos limites do mundo que apenas os olhos conhecem...
Deixei que os sentidos nos levassem num viagem atrás no tempo.
As almas vibraram ao ritmo dos corpos, em espasmos de prazer, e estes, já exaustos, cederam, suavemente, os corações ganharam de novo uma pulsação suave, a música voltou para relaxar e distendê-los, enquanto as almas dançavam sobre o espaço vazio acima deles.
Essa noite devolvi-te o amor que nos haviam roubado, como há muito o tempo não nos permitíamos, com a força da vida que o corpo carrega, com a intensidade da alma que há séculos esperava por um momento assim, mesmo que de prazer efémero...

2 comentários:

Maria P. disse...

:)também não comento ou iria "para lá dos limites"...

Beijos*

Tita disse...

e de que vale esse prazer efémero de que falas?