sábado, 30 de junho de 2007

Destino final


Uma árvore feita de minutos
Passados na espera do sol.
Um relevo na bruma,
Despido,
Sufocado pela solidão.
Espaços vazios a baixa altitude,
Redes de frágeis braços
Que ignoram a minha dor.
O céu cinzento não me amedronta,
É meu companheiro de ilusão...
Abro os braços,
Rodopio no ar húmido das vertentes
Que consagram as lágrimas dos meus olhos...
Estás e num instante separa-nos a terra,
Partes e num instante separa-nos o mar...
Hoje quero-te, mas amanhã estarei separado de ti...
Hoje quero-te, mas amanhã não te poderei tocar...
Agora o coração é árvore despida,
Frágil, indefesa...
Amanhã será lenha para arder
Na caldeira de um comboio
Que ruma ao apeadeiro
Do destino final...

3 comentários:

Maria P. disse...

É dificil comentar sem me repetir.
Gosto do que escreves.Uma escrita sentida e com sentido.

Um beijinho*

HNunes disse...

"Agora o coração é árvore despida,
Frágil, indefesa...
Amanhã será lenha para arder
Na caldeira de um comboio
Que ruma ao apeadeiro
Do destino final..."

Ao chegar ao destino final uma nova etapa se inicia e os braços abrir-se-ão de novo para mais um abraço.
Gostei
Bjos

Luís Galego disse...

O céu cinzento não me amedronta,
É meu companheiro de ilusão...

belo poema...