sábado, 2 de junho de 2007

Duende num mundo de gigantes


Quando entro no teu mundo
És um gigante que me olha lá de cima,
Escorrega na minha pequenez e não me vê...
Caibo dentro das pégadas que deixas
E não as percorro num infinito
Que demora uma abelha a dar a volta ao universo...
Caminhas sem voltar para trás,
Há um perfume que se liberta de mim
Mas que o vento leva sem perceberes...
A terra estremece quando passas,
O meus passos são como surdez
Que corre ao lado do coração...
No teu mundo em que és gigante
As gotas de chuva amontoam-se
E eu não consigo transpô-las...
Um olho meu aberto é partícula de mel na tua voz
Que não consegues sentir o paladar...
Cai a noite e eu fico na sombra
Onde não chegam as estrelas...
No teu mundo gigante feito de segundos
Passo horas a escrever-te
Palavras que consegues decifrar
E que espero que possas sentir...
Arde o castelo dos meus sonhos,
Arde o coração na tua ausência
Sufocando-me com o fumo...
Há uma régua e um esquadro no tempo
Entre realidade e o sonho
E uma ansiedade que me devora cá em baixo.
Olhas-me...
Lês-me...
Mas não me vês...
Não me sentes...
Sou apenas um duende
Num mundo de gigantes...

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