quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Amanhecer


A personagem principal que vive nas páginas deste livro andou ausente, as palavras, os segredos de um mundo por revelar estiveram longe.
Volto e escrevo, em cada dia uma página, pinto em cada tela uma imagem, resquícios de tempos passados num lugar encantado.
Esta é uma interminável história, desenhada sobre o corpo, como tatuagem, impressa em papel amarelecido pelo tempo.
Faz-se de sentires este instante, em que vos entrego a alma, para que a sintam como vossa, em que a palavras em mim são pequenas notas de uma longa música, que vos embala e adormece, no âmago deste mundo fantástico que se forma na minha mente ao ritmo de cada letra que escrevo.
Vicio-vos, no toque suave dos meus dedos inventados, sobre a pele, suave, onde recalco os contornos deste corpo que arde no desejo de se fazer real.
As frases brotam, como água, por entre a rocha bruta da vida, na simplicidade de um sonho que queremos ter, enganando a realidade com um fácil truque de magia.
Estendem-me a mão e nela repousa o meu coração, prova fidedigna de sensibilidade, quiçá até paixão.
Estendem-me a outra mão e nela transportam a alma, marca de pureza, dignidade...
E eu, de peito aberto, recebo-vos acariciando-vos as mãos frias, guardando em cada parágrafo a vossa essência, e soprando-vos em cada texto a esperança que não se esgota na mente de quem sabe sonhar.
É neste recanto que eu entrego meu corpo, onde a alma se revela e o espírito deambula entre todos nós, procurando, na génese de cada um, o alimento para a manhã submersa que já vem despontando no horizonte...

3 comentários:

Maria P. disse...

Vicias(me)...

Anónimo disse...

"Estendem-me a mão e nela repousa o meu coração, prova fidedigna de sensibilidade, quiçá até paixão."

ai esta tua frase... só eu sei

Da pequena Pat
um abraço

nana disse...

sim... à escrita nos entregamos.
como se nada mais para além dela, por vezes....
para além de nós.