quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Brilho


O brilho dos meus olhos, onde tudo se reflecte.
Um instante, um momento, onde a saudade se comprime contra as paredes do tempo.
Um espaço, exíguo, onde os corpos se unem, se apertam. Alma, enorme, onde os espíritos vagueiam no vácuo perdido.
Letra, maiúscula, onde nascem as palavras em mim, onde as frases se estendem e os parágrafos são planaltos de onde se avista o fim da página...
Palavras, caladas, que o vento não diz, que a boca guarda e a voz não pode mais pronunciar...
Entre a pequenez do detalhe e a imensidão da ausência, recriam-se encontros entre o que escutamos, sentimos, lemos...
Controem-se sonhos, mundos e quimeras, na ânsia de colmatar as necessidades da alma, a sede do espírito, a fome do corpo...
Brilho nos olhos onde nasce uma lágrima perdida que cai no rosto...
Pérola salgada do pranto, água, solidão e dor...
Gota que procura o caminho por descobrir, que te levará daqui, até ao teu lugar, no mar, da saudade...
Esse mar imenso, que inunda a alma...
Alma que grita como se estivesse no fim do mundo...
Como se hoje, não tivesse amanhã...
Ou, simplesmente, ainda estivesses aqui.
Mas nos meus olhos ainda resta um pouco do teu brilho...

1 comentário:

Tita disse...

As palavras em ti
são como brisas revoltadas
proferes palavras insanas
ditas palavras mal.amadas!

as palavras em ti
contam com poder de sedução
pois não há maior sensualidade
que a do teu coração!

pra ti Pedro, c muita amizade =)