terça-feira, 28 de agosto de 2007

À minha maneira



Sentado nos degraus de uma escadaria
Procuro as memórias,
Vasculho as palavras e as letras transparentes.
Ao longe o vermelho de uma camisola,
O agitar de um braço como que a dizer:
"Estou aqui".
Mas já via o anjo e assim alcancei.
Depois o abraço, os lábios doces e um sorriso.
O céu azul espelhava a ternura do momento,
A sedosa pele brilhava com os teus olhos
E as tuas mãos sobre os meus ombros
Pareciam melodias silenciosas.
Com a tua voz levantaram pombos de uma varanda
E por momentos pensei que iriam pousar na minha alma.
Depois percebi que voavam de contentamento,
Havia uma magia,
Um cheiro a flores no ar,
Uma luz na cera dos desejos
Dos pedidos eternizados num bater de coração.
Voaram as horas como se tivessem dado ao tempo
Um limite para percorrer certa distância.
Já nem dizia nada, fotografava a essência,
Absorvia a imensidão de sentimentos
Lançados ao vento para que o universo conhecesse
Algo de tão incrivelmente belo,
O momento.
Sentado na mesa a minha fome vai-se extinguindo,
Elevava-se um doce aroma fresco vindo de ti
E já não precisava sequer de procurar-me.
Quando dei por mim tinha-me encontrado comigo mesmo,
Porque finalmente tinha descoberto metade da minha alma.
Hoje sinto-me completo,
Hoje sou mais eu,
Hoje percorro os mesmo lugares sem a mesma presença,
Sem o abraço e sem o sorriso ou o olhar
Mas transporto no corpo, dentro do coração,
Uma vontade ainda maior de fazer tudo à minha maneira...

1 comentário:

A estante vazia disse...

Faz, sente e ser�s de certeza um Homem melhor, n�o apenas por estares mais completo, mas pela vontade que tens de o seres... Beijo grande.