segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Recaída


As palavras em mim tem andado mudas...
Quase que se sente o silêncio entre cada palavra.
Escuta-se o silêncio por detrás de cada nota e a música toca, incessantemente, numa cadência suave, que embala cada sentido numa direcção diversa.
Escuta-se o ritmo pausado de cada nota que cai, escuta-se o som das letras que brotam da voz.
Sente-se o timbre adocicado da melodia que se espalha pelo ar...
É quase madrugada e a Noite ainda me embala...
É quase dia, ainda durmo e ainda sonho...
Sinto, por entre o frio dum Inverno por vir, o calor das letras que se aconchegam sobre a minha pele.
Sinto a suavidade da lã que suspende no ar cada nota desta música que me alimenta.
Sinto, em cada toque, o universo aberto, numa amplitude de dimensões que me invadem a alma.
Amanhece e ainda assim não quero despertar...
Quero ficar, aqui, aconchegado neste lugar teu, encostado no teu corpo, catalisando o teu calor. Não, não quero acordar, quero deixar-me ficar, para sempre, aqui...
Não quero que a música acabe...
Não quero que a alma desperte...
É já dia...
E eu...
Ainda estou na noite...
Ainda sonho...

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