terça-feira, 21 de agosto de 2007

Palavras ao vento


Vento que atinge esta cidade, leva-me as palavras...
Atreve-te a pronunciar as que não consigo dizer.
Vento que passa, colhe-me a alma, atreve-te a levá-la para longe sobre as tuas asas.
Vento que passa, colhe-me o coração que seguro em minhas mãos, dissolve-o no espaço, como areia do deserto.
Sinto a carícia dos teus dedos invisíveis, afagar-me a nuca, sinto o teu abraço apertado quando a tempestade se aproxima, a tua força arrasta-me, num turbilhão de sensações, no meio do furacão, vento, amigo, companheiro.
Sinto a tua presença, mesmo na ausência, na calmaria de uma tarde de Verão, no silêncio da agonia que me queima o peito.
Sinto o conforto do final da tarde, ao nascer da noite, quando me sopras a face para despertar para mais um instante de tranquilidade.
Vento, escultor divino, companheiro eterno, que no momento final, vens buscar as palavras em mim que navegarão para sempre no dorso calmo do teu ser.

2 comentários:

Bia disse...

E tudo o vento levou...
mas as palavras doces e a brisa fresca ele deixa para nos aquecer o coração...
beijo

Maria P. disse...

Vento da boa-nova...

Beijo, molhado;)