sábado, 4 de agosto de 2007

Serenidade


Na serenidade própria da noite, fico a escutar a minha própria alma.
A Lua, preenche o céu imenso, escondendo mas não apagando o brilho da tua estrela.
Subo ao topo da colina, em meu redor as luzes das cidades vizinhas prolongam o firmamento, pontilhando a Terra escura, esbatendo a linha do horizonte.
Hoje, não se escuta nada, apenas o som do coração que bate, a um ritmo quase parado, mas que ainda bate...
Estiveste e estarás sempre aqui, nas palavras escritas com o carinho de quem sente de verdade. Senti a tua alma palpitar na escuridão, comprimindo-se para não quebrar o silêncio, de palavras que não escreveste, de frases que nunca pronunciaste...
Com as mãos cravadas sobre a terra, deixei que os dedos se afundassem no solo fresco, deixei que criassem raízes e ali ficassem presos para que não deambulassem sobre as sombras, feitas de letras que sempre te escrevo.
Longe do meu mundo, encaro a solidão como um acto de purificação, na minha mente, a imagem de um outro tu forma-se com a ausência do teu coração, mas um tu para todo o sempre especial.
A minha alma, solta-se e com ela libertam-se as palavras, frases completas, que no silêncio desta noite, agrupam as estrelas em novas constelações e desenham sobre o céu escuro, as palavras que não ouso dizer-te ao ouvido, simplesmente porque o teu coração não está aqui comigo...
Na serenidade da noite...

Sem comentários: