Sou capitão de um barco à deriva,
Cujo destino já está traçado.
Navegar rumo ao abismo
Não foi tarefa que sonhei para mim,
Mas os remos tomaram-me os braços
E enredado fiquei,
Sem fuga ou esperança possível...
Com o passar do tempo,
Ventos e marés,
Meus braços cansados,
Madeira se tornaram
E os remos já não são mais
Do que extensões reais de mim...
Este navegar constante
Contra a corrente
Durante anos e anos...
Tentar adiar o inevitável,
O abismo, o naufrágio,
Leva-me à exaustão constante
De quem não dorme,
Não come,
Mas ama,
Mantendo os olhos firmes na corrente...
Estou cansado,
Mas tão cansado
Desta viagem inútil
A lugar nenhum,
Que se não fosse
Pelos passageiros amigos em viagem
Deixava de remar...
Que a corrente me levasse
Até aos rápidos da quebrada,
Para finalmente ver paisagens,
Em vez de estar sempre no mesmo lugar...
Já sinto o barco a encher de água,
Uma gota aqui,
Uma gota ali,
Todos os dias pesam mais
Meus braços de remar
Para lado nenhum...
Meu esforço é inglório,
Pois mais não faço
Do que resistir contra a corrente
Mas também não vou a lugar nenhum,
No mar calmo ou agitado...
Só,
Sigo viagem,
Capitão por baixo de sol,
Por baixo de chuva,
Sem mais ninguém para remar...
Tivesse eu tempo para descansar,
Virar a cara,
Ver outro horizonte
E talvez pudesse mudar de rumo,
Mas meus braços são meu remos
E o meu corpo aos poucos
No barco se tornou...
Continuo a levar passageiros,
Pelos quais tenho que remar,
Cujo destino já está traçado.
Navegar rumo ao abismo
Não foi tarefa que sonhei para mim,
Mas os remos tomaram-me os braços
E enredado fiquei,
Sem fuga ou esperança possível...
Com o passar do tempo,
Ventos e marés,
Meus braços cansados,
Madeira se tornaram
E os remos já não são mais
Do que extensões reais de mim...
Este navegar constante
Contra a corrente
Durante anos e anos...
Tentar adiar o inevitável,
O abismo, o naufrágio,
Leva-me à exaustão constante
De quem não dorme,
Não come,
Mas ama,
Mantendo os olhos firmes na corrente...
Estou cansado,
Mas tão cansado
Desta viagem inútil
A lugar nenhum,
Que se não fosse
Pelos passageiros amigos em viagem
Deixava de remar...
Que a corrente me levasse
Até aos rápidos da quebrada,
Para finalmente ver paisagens,
Em vez de estar sempre no mesmo lugar...
Já sinto o barco a encher de água,
Uma gota aqui,
Uma gota ali,
Todos os dias pesam mais
Meus braços de remar
Para lado nenhum...
Meu esforço é inglório,
Pois mais não faço
Do que resistir contra a corrente
Mas também não vou a lugar nenhum,
No mar calmo ou agitado...
Só,
Sigo viagem,
Capitão por baixo de sol,
Por baixo de chuva,
Sem mais ninguém para remar...
Tivesse eu tempo para descansar,
Virar a cara,
Ver outro horizonte
E talvez pudesse mudar de rumo,
Mas meus braços são meu remos
E o meu corpo aos poucos
No barco se tornou...
Continuo a levar passageiros,
Pelos quais tenho que remar,
Os amigos verdadeiros...
2 comentários:
onde eu já ouvi isto?...
não sei onde vais buscar estes pensamentos, mas certamente já nos encontramos por esses lugares...
um beijo
com saudade
da pequena
Patrícia
é lindo! daqueles poemas que nos dizem mesmo tudo, e os podemos aplicar a situações concretas da nossa vida, parecendo descreve-las ao pormenor!
Enviar um comentário