segunda-feira, 9 de julho de 2007

Mensagem numa garrafa


Não sei dizer que lugar procuro na imensidão do ser que descobri no calor do meu peito, ou que palavras cantar ao ritmo de uma guitarra que chora.
Mostrei-te o relógio de cuco que marca as horas do meu coração e, quem sabe, o percorrer dos gestos à tua volta num murmúrio de carinho.
Lancei-me à terra molhada para receber o orvalho da tua pele.
Nunca quis que fosses embora, que esse sentimento se furtasse do meu silêncio, do meu respirar quando te abraço e te peço com lentidão melancólica, sem que oiças, para sorrires para mim.
Choveu neste último caminho da viagem que fazemos juntos, mas o universo recompensa-me com a luz dos teus olhos nos dias de maior angústia, quando mais nada parece fazer sentido e só a tua presença me faz acreditar…
Sorrio uma última vez que dura para todo o sempre…
Se partires para longe mesmo estando perto, eu lançarei ao mar uma garrafa com esta mensagem e quem sabe um dia a consigas alcançar, desejes voltar das profundezas do oceano e na areia repouses tranquila, até que eu chegue para te resgatar do frio gelado de um mar sem perdão…

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